Política

Abertura da "CPI do Óleo" na Câmara não contou com assinaturas de 13 deputados baianos

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
O deputado pernambucano, filho do candidato à Presidência em 2014 Eduardo Campos - morto em uma acidente aéreo -, precisava de 171 assinaturas para abrir a CPI; ele conseguiu 267  |   Bnews - Divulgação Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Publicado em 22/11/2019, às 18h30   Pedro Vilas Boas


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Após iniciativa do deputado federal João Campos (PSB-PE), o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o vazamento de óleo no litoral do Nordeste foi acatado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Porém, a lista não contou com assinaturas de 13 deputados baianos.

Segundo documento oficial sobre a conferência de assinaturas, não assinaram os deputados Alex Santana (PDT), Abílio Santana (PL), Adolfo Viana (PSDB), Charles Fernandes (PSD), Félix Mendonça Jr (PDT), Igor Kannário (DEM), "Jonga" Bacelar (PL), Mário Negromonte Jr (PP), Pastor Sargento Isidório (Avante), Dayane Pimentel (PSL), Ronaldo Carletto (PP), Tito (Avante) e Waldenor Pereira (PT).

Clique aqui e acesse o documento da conferência das assinaturas.

O deputado pernambucano, filho do candidato à Presidência em 2014 Eduardo Campos - morto em uma acidente aéreo -, precisava de 171 assinaturas para abrir a CPI; ele conseguiu 267. A lista data de 23 de outubro; a Comissão conseguiu ser criada no último dia 18.

"Nada contra"

Nenhum deputado que a reportagem do BNews conseguiu entrar em contato se posicionou contra a CPI do Óleo, apesar de não terem assinado.

Alex Santana disse que não sentiu "conscistência" na CPI proposta por João Campos. "Nem sempre todo movimento que chega na Casa, de início a gente assina. CPI, pra mim, é algo sério.Não dá pra colocar nome, depois tirar. Eu sinto que, às vezes, tem muita CPI que acaba não dando em nada. Posso assinar psoterior, se ela continuar, se de fato, realmente, se precisar...eu, na época, não quis assinar porque entendi que não teria muita substância de resultado positivo. Mas não tive nada contra, não", justificou.

Já Abílio Santana, Jonga Bacelar e Dayane Pimentel foram semelhantes na defesa. Os três deputados pela Bahia afirmaram que não foram "demandados" sobre o pedido de abertura da CPI na Câmara. "Não fui demandado. Se fosse, assinaria sem nenhum problema", disse Jonga.(confira abaixo notas oficiais das assessorias)

Adolfo Viana e Félix Mendonça Jr argumentaram que João Campos conseguiu as assinaturas necessárias rapidamente, sem a necessidade dos dois assinarem. Mas, afirmam que apoiam a iniciativa.

O deputado Mário Negromonte Jr rebateu o documento oficial. Ele garantiu ao BNews que assinou a lista, três vezes, e não sabia o motivo pelo qual sua assinatura não constava na relação. "João Campos é meu irmão. Assinei, sim", se defendeu.

Os deputados Charles Fernandes, Igor Kannário, Pastor Sargento Isidório, Ronaldo Carletto, Tito e Waldenor Pereira não conseguiram ser localizados pela reportagem. O BNews tentou falar com os parlamentares por meio dos contatos diretos, gabinete e assessoria, mas não obteve sucesso até a publicação desta matéria.

Comando nordestino

De acordo com o site Congresso em Foco, dos 17 titulares já indicados para o colegiado da CPI, apenas três não são nordestinos.

O acordo entre os líderes partidários é que tenha deputado nordestino tanto na presidência da Comissão quanto na relatoria. Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e João H. Campos (PSB-PE) são os principais candidatos até o momento.

Confira abaixo nota das assessorias:

Abílio Santana (PL)

O deputado Abílio Santana (PL-BA) informa que não teve conhecimento da lista para abertura da CPI. “Fica um grupo de pessoas nos corredores da Câmara pedindo para assinarmos, a mim não chegou nada. Nunca faltei uma sessão. Estou presente em todas as votações e não me pediram para assinar nada. Não assino nada sem ler, sem ter o conhecimento do assunto, e posso garantir que não fui procurado para assinar essa lista. Muito me admira  a seletividade na procura dos parlamentares, já que porque faço questão de opinar e participar dos assuntos que direta ou indiretamente envolvem a minha querida Bahia. Mais parece um jogo da oposição".

Dayane Pimentel (PSL)

A deputada federal Professora Dayane Pimentel (PSL/BA) informa que não recebeu nenhuma solicitação para assinar um pedido de CPI sobre o óleo que atinge o litoral nordestino.

Classificação Indicativa: Livre

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