Política

Bolsonaro recorda relação entre Brasil e Irã no Governo Lula e sugere que antecessor apoiava terrorismo

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Presidente escreveu, em sua conta no Twitter, que "o povo que esquece seu passado está condenado a perder sua liberdade"  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Agência Brasil

Publicado em 09/01/2020, às 11h40   Redação BNews


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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou sua conta no Twitter na manhã desta quinta para recordar as relações diplomáticas entre Brasil e Irã durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e sugerir que seu antecessor compactuava com práticas terroristas.

O presidente escreveu que o povo que esquece seu passado está condenado a perder sua liberdade, e cita o artigo 4º da constituição – que define, entre outros itens, as relações internacionais do País devem ser regidas pelo repúdio ao terrorismo.

Apesar de dizer que aguarda o retorno do chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, para definir o posicionar sobre o acirramento do conflito entre EUA e Irã, tem reiterado um discurso semelhante ao de uma nota emitida pelo Itamaraty no último domingo (5).

O comunicado dizia que ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA, o governo brasileiro manifesta seu apoio "à luta contra o flagelo do terrorismo", e defendia que este combate demandava a cooperação de toda a comunidade internacional.

Passado

Bolsonaro usou um print de uma manchete publicada pelo jornal O Globo em novembro de 2009 - “Ao lado de Ahmadinejad, Lula defende democracia e direito do Irã a desenvolver energia” – para ilustrar sua legenda. A notícia foi publicada durante visita do então presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil naquele ano.

De acordo com a publicação, após uma reunião com o líder em Brasília, Lula defendeu que o país persa tenha o direito de desenvolver um programa nuclear com fins pacíficos, respeitando o que determina os acordos internacionais sobre a temática. Um ano depois, em 2010, Lula retribuiu a visita de Ahmadinejad com o objetivo de negociar um acordo nuclear entre a nação e o ocidente.

Na ocasião, Brasil, Turquia e Irã firmaram um acordo como base na proposta da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, órgão da ONU) à época - que previa o enriquecimento do urânio iraniano em outro país em níveis que possibilitariam sua utilização para uso civil, não militar.

Posteriormente, em 2015, o então presidente norte-americano Barack Obama, costurou um acordo histórico para com Irã, e outras grandes potências militares - Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha -, para limitar o programa nuclear iraniano. O documento garantia que o país enriquecesse urânio penas para fins pacíficos.

Recuo

O acordo teve validade até o ano passado, quando o presidente Donald Trump retirou os EUA de acordo, e reimplantou uma série de sanções econômicas ao Irã. Vale salientar que Brasil e Irã são parceiros comerciais.

De acordo com matéria publicada pelo site da revista Exame, em 2018, as exportações do Brasil para o Irã representaram US$ 2,26 bilhões de todos os desembarques do país - formados preponderantemente de produtos básicos, como milho, soja, açúcar e carne.

Já os embarques iranianos, compostos na maioria de produtos semimanufaturados de ferro e aço, representaram US$ 39 milhões das importações brasileiras.

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