Política

Baleia Rossi promete analisar pedidos de impeachment de Bolsonaro, mas diz que isso não é "bandeira"

Reprodução/Twitter Baleia Rossi
Baleia é ligado ao grupo político de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e às cúpulas dos partidos de oposição  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Twitter Baleia Rossi

Publicado em 26/01/2021, às 09h18   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

O deputado federal pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de São Paulo e candidato à presidência da Câmara dos Deputados, Baleia Rossi (MDB-SP), afirmou, durante participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite da última segunda-feira, 26, que não quer fazer de uma possível abertura de processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro a “bandeira” de sua candidatura à presidência da Câmara. Ele afirmou, no entanto, que analisará todos os pedidos caso seja eleito em 1º de fevereiro.

“Nessa questão específica [impeachment] é atribuição do presidente da Câmara analisar esses pedidos. Não quero fazer do pedido de impedimento uma bandeira de minha candidatura. Mas a minha obrigação é analisar cada um dos pedidos à luz da Constituição”, declarou Rossi no Roda Viva.

Baleia é ligado ao grupo político de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e às cúpulas dos partidos de oposição. As siglas de esquerda cobram do deputado uma postura combativa contra Jair Bolsonaro. Na primeira quinzena de janeiro, uma declaração do deputado de que o impeachment não é “o caminho” irritou setores do PT, partido que o apoia.

“O compromisso que nós fizemos não só com o PT, mas com todos os partidos do bloco da esquerda, foi de analisar cada um dos pedidos [de impeachment]. Tenho certeza absoluta que muitas vezes o governo errou na conduta, na desinformação, no enfrentamento à pandemia. Olha o que aconteceu no Amazonas. Faltou gestão. Tenho convicção de que o governo errou.  Agora, o pedido de impeachment precisa de requisitos, e vou fazer essa análise”, explicou Baleia. 

O deputado do MDB São Paulo foi questionado pela jornalista Vera Magalhães se a participação de Bolsonaro em manifestações com pautas antidemocráticas seria menos graves que as pedaladas fiscais que levaram ao afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

“Uma coisa importante para a gente ressaltar é que o presidente, quando tomou aquelas atitudes que, no meu entendimento, incentivaram esses grupos radicais e extremistas, ele também recuou. Ele fez uma autocrítica e recuou”, respondeu o deputado.

Baleia tenta se colocar como um candidato independente do governo federal, enquanto busca colar em seu concorrente, Arthur Lira (PP-AL), a pecha de submisso às vontades do governo federal.

Lira é o candidato favorito do Palácio do Planalto. Ele foi convidado para estar no Roda Vida dessa segunda-feira, mas declinou o convite por conflito de agendas.

Como mostrou o Poder360, Baleia não é um grande crítico de Jair Bolsonaro. Tem cabido a Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara e principal articulador da candidatura de Baleia, atacar o governo para manter a esquerda coesa.

A repórter do jornal O Globo Natália Portinari questionou o fato de Baleia ter votado com o governo em 90% das pautas. O deputado argumentou que grande parte delas era da área da economia e de reformas. “São pautas que defendo por convicção, e não votei em troca de cargos ou emendas”, disse.

Segundo ele, pautas controversas defendidas pelo presidente, como as de costumes, não foram levadas para o debate na Câmara nos últimos 2 anos. Caso fossem, Baleia afirmou que o posicionamento do MDB seria outro.

“Nossos posicionamentos foram claros e objetivos em favor da democracia, do Estado democrático de Direito e da estabilidade.”

Leia mais:

Apoiado por Bolsonaro, Lira prega calma em conversas sobre impeachment: "ruptura democrática não é fácil"

Deputado federal Luizinho diz que não vê motivos para discussão de impeachment de Bolsonaro

"Não é o momento de fazer essa discussão", diz Cacá Leão sobre impeachment de Bolsonaro

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp