Política

"Partidos do 'Centrão' são fundamentais para o país", afirma Flávio Bolsonaro

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Declaração foi dada em entrevista ao jornal O Globo  |   Bnews - Divulgação Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Publicado em 02/07/2021, às 07h30   Redação BNews


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O senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ), filho 01 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), defendeu a importância dos partidos do bloco denominado Centrão para o país. A declaração do senador foi dada em entrevista ao jornal O Globo, na qual o filho do presidente defendeu o governo do pai das suspeitas de corrupção na pandemia, como a situação da Covaxin e da denúncia de pedido de propina por um ex-diretor do ministério da Saúde.

"Os partidos que são adjetivados de centrão são fundamentais sempre para o país. Representam parcela significativa da população. Quando há pleitos legítimos e republicanos, devem, sim, ser atendidos pelo governo. O governo não tem pessoas com perfis ideais em todos os locais do Brasil. A máquina é muito grande, apesar de todo o esforço do presidente de enxugar a máquina pública. Essa é uma tentativa de colocar contra o governo aliados que são importantes para o país", avaliou o senador.

O parlamentar negou que Bolsonaro tenha prevaricado após as denúncias apresentadas pelo servidor Luis Ricardo Miranda e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). O senador afirmou que o pai avisou ao então ministro da Saúde Eduardo Pazuello sobre as denúncias e que o retorno teria sido de que não havia nada irregular no processo de compra.

Covaxin

O ministro da saúde, Marcelo Queiroga, suspendeu o contrato da vacina indiana Covaxin nesta terça-feira (29). O contrato do governo pela aquisição dos imunizantes é um dos focos de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

A decisão foi tomada após as polêmicas envolvendo o contrato da vacina indiana Covaxin intermediada pela farmacêutica Precisa Medicamentos. O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda afirmou ter sofrido pressão incomum de seus superiores para finalizar a tramitação da compra do imunizante, além de ter conhecimento supostas irregularidades no processo.

Anteriormente, o ministério da Saúde havia ignorado um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), que listava dez recomendações que deveriam ser atendidas antes de fechar a negociação.

Entre as alterações que deveriam ter sido feitas, segundo parecer da consultoria, o ministério deveria comprovar a qualidade da vacina, explicar o motivo de dispensar estudos com o imunizante produzido na Índia e qual seria a função da Precisa Medicamentos no contrato, apontada como intermediadora.

O valor de US$ 45 milhões que seria pago pelo serviço, contudo, tinha como destino a Madison Biotech - uma das "dúzias" de empresas que são braço da Bharat Biotech, laboratório que produz a vacina - sediada em um paraíso fiscal no sul da Malásia.

O contrato previa o valor unitário de US$ 15, o maior pago entre todos os imunizantes negociados pelo governo Bolsonaro, e o recebimento de 20 milhões de doses até o dia 6 de maio - o que não aconteceu.

No domingo (27), o ministério havia informado que o contrato ainda estava sob análise jurídica e avalia inclusive suspender o contrato. 

Depoente na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid e irmão do servidor do ministério da Saúde, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) declarou que levou as suspeitas do irmão ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). De acordo com o demista, o presidente afirmou que a negociação suspeita era "coisa do Ricardo Barros (PP-PR)", líder do governo na Câmara dos Deputados. 

"A senhora também sabe que foi o Ricardo Barros que o presidente falou. Eu não me sinto pressionado para falar, eu queria ter falado desde o primeiro momento, mas é porque vocês não sabem o que vou passar", afirmou o parlamentar. 

Mais cedo, o deputado havia afirmado que Bolsonaro atribuiu o caso a ações de um parlamentar, mas afirmou que não lembrava o nome citado pelo mandatário.

"Vocês sabem quem é, né? Sabem que ali é foda. Se eu mexo nisso aí, você já viu a merda que vai dar, né. Isso é fulano. Vocês sabem que é fulano", disse Bolsonaro, segundo Miranda.

Após o depoimento do parlamentar e seu irmão, senadores protocolaram uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar se Bolsonaro prevaricou ao não comentar das suspeitas com a Polícia Federal (PF). A relatoria da ação ficou com a ministra Rosa Weber. 

Suspeita de propina

O ministério da Saúde exonereu o diretor de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias. A medida ocorre em meio a uma denúncia de que ele teria cobrado propina de um representante de uma vendedora de vacinas.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Dominguetti Pereira, representante da empresa Davati Medical Supply, afirmou que recebeu de Dias um pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, vigente no Senado Federal, aprovou o requerimento para convocação do representante da Davati no Brasil. Pereira irá depor na sexta-feira (2).

Os senadores aprovaram ainda requerimento de convite para ouvir o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), que foi implicado recentemente em suspeitas de irregularidades na aquisição de vacinas.

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