Política

Rui Costa define futuro de Vilas-Boas em reunião nesta tarde; secretário pode pedir exoneração

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Discussão ocorre após agressão verbal à chef de cozinha   |   Bnews - Divulgação Arquivo /BNews

Publicado em 03/08/2021, às 16h57   Eliezer Santos, Tamirys Machado e Henrique Brinco


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Integrantes do governo Rui Costa (PT) discutem nesta tarde o futuro do secretário de Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, que agrediu verbalmente à chef de cozinha e empresária, Angeluci Figueiredo, do restaurante Preta, localizado na Ilha dos Frades, no último domingo (31).

Fábio a chamou de "vagabunda", além de outras ofensas. O fato ocorreu, segundo a empresária, após ela comunicar ao gestor, através de um aplicativo de mensagens, que a reserva feita por ele teria que ser cancelada por causa de questões climáticas. 

Segundo fontes do BNews, a alta cúpula do governo estadual se reúne no fim desta tarde (3) para tratar do assunto. A avaliação inicial é que Vilas-Boas peça para sair do cargo e não seja exonerado. Interlocutores avaliam que seria uma saída honrosa, já que se trata de um problema no âmbito pessoal do secretário e não relacionado à gestão da Sesab. Ainda conforme fontes do site, o titular da Sesab chegou por volta das 16h na governadoria, com semblante abatido.

Ele se reúne com o governador antes da live anunciado por Rui, que acontece às 18h30 desta terça (3). A expectativa é que o petista se pronuncie pela primeira vez sobre o caso durante o Papo Correria.  O secretário da Casa Civil, Carlos Mello, também participa da reunião. A divulgação do vídeo em que Fábio Vilas-Boas é flagrado invadindo o Restaurante Preta, na Ilha dos Frades, foi o estopim para o governo.

Após a repercussão do caso, o secretário publicou um pedido de desculpas através do Twitter. “Por mais cuidadosos que sejamos, ao longo da vida cometemos erros que podem atingir as pessoas. Peço, portanto, desculpas à empresária e artista da gastronomia baiana, a Chef Angeluci Figueiredo, pelos comentários inadequados no último domingo (1), em circunstâncias injustificáveis, enviados por mensagem privada. Tendo reservado um almoço especial com os familiares e amigos do exterior com a devida antecedência de 48h, uma enorme frustração momentânea me levou, tomado de emoção, a dizer o que disse. Conto com o perdão de todos que se sentiram ofendidos, pois sempre pautei minha vida na verdade, honestidade e acolhimento”.

Em nota, a empresária Angeluci Figueiredo justificou que “o restaurante Preta foi fechado por forças das circunstâncias climáticas e pediu que o secretário refletisse “sobre a gravidade das duas palavras e sobre a inadequação e a vulgaridade delas” [...] “O secretário, um médico bem sucedido, empresário, agropecuarista, homem branco, de família tradicional, etc, etc, alimentando a cultura da intolerância e dos tais privilégios ditos brancos, ofendendo moralmente uma mulher negra, chamando-a diretamente de vagabunda, e por quê? Pelo fato de razões climáticas terem lhe impedido um domingo de bem estar num restaurante localizado numa ilha sujeita a intempéries, como qualquer local no meio do mar”, disse. 
O fato gerou grande repercussão no meio político. Deputados, vereadores, prefeitas, e representantes de entidades sociais reagiram às declarações consideradas como “machista e misógina”. Conforme informações apuradas pelo BNews, a alta cúpula do governo da Bahia pressiona Fábio Vilas-Boas, para que peça exoneração do cargo devido ao desgaste imposto ao governo Rui Costa na véspera de ano eleitoral. 

Em nota enviada ao BNews, a Secom do governo estadual disse que “o governo da Bahia afirma lamentar o episódio, considera inadmissível qualquer agressão e manifesta total solidariedade à empresária Angeluci Figueiredo e a todas as mulheres”.

Possíveis nomes: 
A reunião que ocorre nesta terça (3) discute, ainda, possíveis nomes para substituir o secretário. Um deles é a subsecretária de Saúde, Tereza Paim, que vem comando ações na pandemia desde o ano passado. O nome técnico é avaliado por alguns aliados como o mais provável já que o país ainda enfrenta à pandemia do novo coronavírus. 

O deputado federal Jorge Solla, que já ocupou o cargo de secretário de Saúde, também teve o nome ventilado, mas, descartado, como apurado pelo site, já que o foco é a candidatura para disputar a reeleição em 2022. 

Outro nome cotado é da ex-chefe de Gabinete da Secretaria da Saúde, Nelma Carneiro Araújo, que hoje comanda a chefia de gabinete da Secretaria de Educação. 

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