Política

CPI da Pandemia: Coronel que intermediou encontro em que houve suposto pedido de propina por vacina depõe nesta quarta

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De acordo com informações do jornal O Globo, o principal argumento de Marcelo Blanco aos senadores será o de que ele foi enganado pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Najara Araujo/Câmara dos Deputados

Publicado em 04/08/2021, às 07h35   Redação BNews


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O coronel Marcelo Blanco, ex-assessor do Ministério da Saúde, irá depôr na sessão desta  quarta-feira (4) da CPI da Pandemia. 

Na ocasião, ele deve esclarecer sua participação no encontro em que o policial militar Luiz Paulo Dominguetti alega ter recebido pedido de propina de Roberto Dias, ex-diretor de Logística da pasta, por uma suposta venda de vacinas -US$ 1 por dose

Blanco é apontado como intermediador da reunião, que ocorreu em um shopping de Brasília. O coronel abriu uma empresa poucos dias antes da conversa, o que levantou suspeitas no colegiado. 

De acordo com informações do jornal O Globo, o principal argumento de Blanco aos senadores será o de que ele foi enganado por Dominguetti. 

O PM se apresentava como um representante comercial que poderia vender 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca ao Brasil, embora não tivesse autorização do laboratório responsável pelo imunizante para realizar uma transação como aquela.

"Hoje todo mundo sabe que Dominguetti é um cabo PM da ativa, que  jamais foi representante de vacina. Eu não tenho bola de cristal. Em fevereiro, ele dizia que era representante de uma multinacional americana, que tinha essa quantidade absurda de vacina", disse Blanco à publicação. 

Ele admite que, após ser procurado pelo policial, viu uma oportunidade de negociar os imunizantes para a iniciativa privada. Na época, ele já tinha deixado o cargo de assessor na Saúde.

Blanco abriu uma consultoria três dias antes do jantar com o policial e, um mês depois, incluiu atividades ligadas à área da saúde no escopo das atividades da empresa.

Também segundo o jornal, Blanco deve ainda confirmar o que Dias, então diretor de Logística da Saúde, disse à CPI - que não sabia previamente que Dominguetti estava no local onde o encontro aconteceu.

Em depoimento à CPI, Dias afirmou inicialmente que seu encontro com Dominguetti e Blanco no restaurante foi casual, mas depois assumiu, a partir de áudios exibidos na oitiva, que o coronel sabia que ele estaria no local. 

Ele acabou tendo a prisão decretada por falso testemunho. "Eu sabia que Roberto estaria no Vasto (restaurante), mas  ele não sabia que Dominguetti iria. Talvez isso tenha sido uma falha minha de não ter alertado", diz Blanco. 

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