Política

Retirada da LOB da PM gera mal estar entre oposição e governo

Imagem Retirada da LOB da PM gera mal estar entre oposição e governo
Oposição promete "radicalizar" final de legislatura  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 08/11/2014, às 14h21   David Mendes (Twitter:@__davidmendes)


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Carlos Gaban e Zé Neto


A retirada de pauta dos dois projetos que tratam da Lei da Organização Básica da Polícia Militar (PM) e do Corpo de Bombeiros (LOBs) criou um mal estar entre governistas e oposicionistas na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). A solicitação foi feita pelo governador em exercício Otto Alencar (PSD) ao presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PDT).

De acordo com a Oposição, o governo quebrou acordo ao retirar 14 projetos que já tinham sido acordados para ser votados, mas que estavam sobrestando a votação das LOBs, propostas de maior interesse atualmente da administração estadual. A manobra deu condições de as proposições que tratam da PM e dos Bombeiros saírem e retornarem em caráter de “urgência-urgentíssima”, o que deve ser votada já na próxima semana.

“Se nós estamos negociando, tínhamos que ser consultados. Quando há essa quebra de confiança, automaticamente não temos nenhum compromisso e, por isso, vamos radicalizar”, avisou o líder do DEM e vice-líder da oposição, deputado Carlos Gaban, em entrevista ao Bocão News.




Marcos Prisco estará na Alba em 2015


Nesta sexta (7), por meio de nota, a Associação dos Policiais Militares do Estado da Bahia (Aspra) negou que teria concordado com a votação da LOB e questionou os motivos pelos quais o Executivo solicitou a retirada do projeto da pauta. "Não discutimos a LOB com o governo agora. Discutimos no Grupo de Trabalho da PM, durante seis meses, juntamente com o Código de Ética e o Estatuto da PM novos", afirmou o representante da Aspra, Fábio Brito. O presidente e vereador Marcos Prico está impossibilitado de representar a entidade.

Apesar da negativa da Aspra, o líder do governo na Assembleia, deputado Zé Neto (PT), voltou a afirmar que estava acertado com as seis associações que representam os PMs e os bombeiros que as LOBs seriam votadas na última terça (4). A sessão foi derrubada e não houve votação.

“Essa votação foi fruto de dois meses de trabalho e a Aspra participou, e Prisco sabia. O que eles não querem é que ande positivamente, porque eles acham que quem ganha com isso é o governo. Estão apostando no quanto pior melhor”, acusou o líder governista.

De acordo com o petista, caso os projetos não sejam votados na semana que vem, já que a oposição promete postergar a votação em plenário, os contrários é quem devem se resolver com as tropas. “Se não votarem por acordo, vamos mostrar a tropa que eles estão pouco se lixando pelos interesses dela e vamos fazer o que é de nossa responsabilidade. A oposição quer aparecer na história e o que Prisco quer é usar os interesses da polícia ao seu favor. Prisco quer ser a estrela e acha que tudo que diz respeito à PM tem que passar por ele”, disparou Zé Neto.

Segundo o líder da maioria na Alba, o texto garante melhorias na estrutura das corporações. “São passos que são dados e o que eles propõem agora não é nada. Esse texto vai deixar muito melhor do que estava. Se Prisco achar melhor deixar para discutir no próximo ano que ele diga de público. O governo vai manter uma linha de coerência e aceitar como aceitou a retirada da pauta [durante a greve] como pediram e acatamos”, concluiu. 

Entretanto, a Aspra afirmou que espera que o Executivo encaminhe os três projetos para serem votados em um só bloco. "Os colegas continuam nas ruas sem 'Smart Card' e sem aúxilio transporte, pedindo carona e arriscando suas vidas nas estradas. O que deveria ter feito não é a retirada de pauta, mas o encaminhamento dos outros itens do acordo. O que fizeram demonstra a falta de interesse em resolver a questão dos militares", rebateu.


Nota originalmente postada dia 7

Classificação Indicativa: Livre

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