Política

Após determinação do TCU, Moro diz que não enriqueceu no setor público 'nem no privado’

Waldemir Barreto/Agência Senado
Presidenciável comentou ato do ministro Bruno Dantas. Ele decidiu que a empresa Alvarez & Marsal terá de revelar quanto pagou ao ex-juiz  |   Bnews - Divulgação Waldemir Barreto/Agência Senado

Publicado em 29/12/2021, às 07h39   Redação BNews


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O ex-juiz da operação Lava Jato Sergio Moro (Podemos) usou suas redes sociais para reagir a uma decisão do ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou que a empresa Alvarez & Marsal revele quanto pagou ao presidenciável. 

Moro trabalhou para a consultoria americana que, entre outros trabalhos, atua na recuperação judicial da Odebrecht - empreiteira alvo da Lava Jato enquanto Moro julgou processos relacionados à operação - entre novembro de 2020 e outubro deste ano.

“Não enriqueci no setor público e nem no privado. Não atuei em casos de conflito de interesses. Repudio as insinuações levianas do procurador do TCU a meu respeito e lamento que o órgão seja utilizado dessa forma”, escreveu no Twitter, na última terça (28).

Atendendo a um pedido feito pelo Ministério Público junto ao TCU no começo do mês, Dantas também solicitou os contratos da Alvarez & Marsal em ordem cronológica, para verificar a evolução dos negócios da companhia no Brasil desde a Lava Jato.

O subprocurador-geral Lucas Furtado, ao justificar o pedido de investigação, argumentou ser necessário apurar os prejuízos ocasionados aos cofres públicos por "operações supostamente ilegais" de integrantes da Lava Jato e de Moro.

O representante do parquet cita "mediante práticas ilegítimas de revolving door", ou "porta giratória" –quando servidores públicos assumem postos como lobistas ou consultores.

Como juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Moro proferiu várias decisões envolvendo a Odebrecht e atuou tanto nos acordos de delação firmados pelos executivos e pela companhia quanto nos acordos de leniência fechados com a União. 

Antes de ingressar de vez na política partidária - ao se filiar ao Podemos no último mês de novembro - Moro permaneceu um ano e quatro meses no primeiro escalão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), ocupando o posto de ministro da Justiça.

"Deixei o serviço público e trabalhei honestamente no setor privado para sustentar minha família. Nunca paguei ou recebi propina, fiz rachadinha ou comprei mansões", acrescentou o ex-magistrado.

Na decisão, Dantas ainda determina que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) forneça informações sobre o número de processos de recuperação judicial em que a consultoria atuou desde 2013.

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