Política
Publicado em 03/01/2022, às 22h30 Redação BNews
Um relatório produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta que, entre janeiro e agosto de 2019, o pai do governador do Acre, Gladson Cameli (PP), Eládio, movimentou R$ 420,4 milhões em uma conta na Caixa Econômica.
O período observado pelo Coaf coincide justamente com os primeiros meses de mandato do gestor estadual, que está na mira da Polícia Federal (PF) e chegou a ser alvo de mandados de busca e apreensão na Operação Ptolomeu, por suspeita de estar envolvido em um grupo criminoso.
Tal grupo seria controlado por empresários e agentes políticos ligados ao Governo do Acre e estaria atuando no desvio de recursos públicos e realização de atos de ocultação de origem e destino dos valores subtraídos. A ação tramita no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O valor milionário movimentado por Eládio chamou a atenção das autoridades por causa do crescimento estratosférico de capital se comparado ao mês anterior ao primeiro em que Cameli esteve à frente do Governo do Acre. Entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, a conta do pai do governador recebeu R$ 107 mil.
O maior aumento, no entanto, acontece de fevereiro para março de 2019, quando o saldo passa de R$ 525 mil para R$ 50 milhões.
Além do governador e de seu pai, o irmão, Gledson Cameli, é investigado, porque o gestor tentou usar uma empresa registrada no nome dele para comprar um apartamento de R$ 5 milhões em São Paulo. A construtora responsável pelo empreendimento, contudo, rejeitou a proposta e comunicou a situação ao Coaf.
De acordo com a PF, a transação imobiliária pode ter sido uma estratégia para lavar dinehrio de propina e esconder que Cameli seria o real dono do apartamento.
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