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Feira: Em depoimento, Procurador confirma que fez sexo com suposta vítima de assédio dentro da Prefeitura

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À Polícia Civil, Ícaro confirmou disse que o ato foi realizado com o consentimento da funcionária ao final do expediente  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 14/06/2020, às 14h51   Redação BNews


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O procurador geral do município de Feira de Santana, Ícaro Ivvin de Almeida Costa Lima, está sendo acusado de assédio sexual por uma servidora lotada na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedeso). Este não é o primeiro caso envolvendo o procurador. Ivvin assumiu o cargo em dezembro de 2019, quando deixou a Superintendência Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/Fsa). 

O site "O Protagonista" teve acesso ao depoimento do acusado e da vítima. À Polícia Civil, Ícaro confirmou que teve relações sexuais com a servidora nas dependências da secretaria. Segundo ele, o ato foi realizado com o consentimento da funcionária ao final do expediente.

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Segundo informações publicadas pelo site, Ícaro disse em seu depoimento que estava em sua sala se preparando para deixar a Sedeso, quando foi abordado pela servidora. "Então sentou próximo à mesma, mantendo um diálogo: ‘realmente, você é bonito por dentro e por fora’, teria dito a servidora. Ele respondeu obrigado e sorriu, percebendo nesta postura que estava flertando com o interrogado", diz trecho do depoimento do documento.

Na sequência “evoluíram para um beijo. [A funcionária] disse: ‘estava o dia todo sem escovar os dentes e que marcariam um encontro' e o interrogado, disse: ‘sem problema, fique à vontade. Eu também estou com a roupa do dia todo’. Mas [a funcionária] disse: ‘você está cheiroso. Ao que o interrogado reiterou: ‘mas fique à vontade’. Porém, [a funcionária] retrucou: ‘amanhã a gente fica direito, mas eu quero’. Nesse momento, conduziu o interrogado para a área da copa do Gabinete, onde se abraçaram e se beijaram, trocaram carícias íntimas e [a funcionária], ao perceber a excitação do interrogado, abriu o zíper da calça do interrogado, manuseando sua genitália e se movimentando no sentido de praticar sexo oral. 

Ainda de acordo com as informações publicadas pelo site "O Protagonista", como havia uma janela atrás do casal, o interrogado mencionou esse fato e [a funcionária] o conduziu a uma área do banheiro do Gabinete e lá praticou sexo oral no interrogado, que chegou a ejacular. Em seguida se abraçaram. Cada um arrumou seu local de trabalho, que conversaram calmamente e saíram. Onde o interrogado foi à Sala de Videomonitoramento da cidade, e como o acesso a esta sala é pelo estacionamento, de lá o mesmo foi embora para sua casa, acreditando que [a funcionária] já teria feito o mesmo”.

Depoimento da funcionária

Em seu depoimento na delegacia, a funcionária relatou que houve sexo forçado entre ela e o procurador. “Que no dia 14/4, além dos fatos relatados nesta Delegacia no dia 15/4/2020, houve mais fatos que a declarante não relatou inicialmente por estar com muito medo de que Ícaro ‘fizesse alguma coisa’. Que no dia do fato, além de tentar beijar a declarante, Ícaro colocou o pênis ereto para fora da calça e disse à declarante: ‘venha, eu quero sentir você’ com uma voz muito obsessiva e perguntou se tinha camisinha, repetindo várias vezes as mesmas frases: ‘quero te sentir’ e ‘tem camisinha?’. Que Ícaro empurrou a cabeça da declarante para baixo e colocou o pênis em sua boca. Que a declarante ficou apavorada e começou a tremer, ‘mas chupou o p... dele’, temendo que se não praticasse o que ele mandava, ele pudesse ‘penetrar de mim (sic)’".

Ainda de acordo com a funcionária, "na sala dele tem banheiro e cozinha, onde tem facas e a declarante ficou com muito medo dele. Que, em seguida, ‘ele derramou na minha boca’. Que sentiu muito nojo e até o presente momento sente nojo de ter vivido tal situação. Que cuspiu no chão e não sabe se caiu esperma em suas roupas, mas como ainda não foram lavadas se compromete a entregar nessa unidade para perícia. Que esses detalhes a declarante comentou com sua cunhada, dois ou três dias depois. E depois falou para a psicóloga, para seu marido e duas cunhadas”.

Queixa na Polícia Civil

A servidora prestou queixa no dia 15 de abril, na Delegacia da Mulher (Deam). A mulher esteve na unidade policial acompanhada do marido e uma prima, além de advogado. Ainda de acordo com informações de "O Protagonista", desde então a funcionária tem atendimento psicológico e psiquiátrico no Centro de Atendimento Maria Quitéria e Hospital Especializado Lopes Rodrigues.

Na próxima terça-feira (16) Ícaro deverá ser ouvido pela Sindicância instaurada pelo governo municipal para apurar a denúncia.


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