Política

Entenda a operação que mira Bolsonaro e seus aliados

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Três militares e o ex-assessor de Bolsonaro, Filipe Martins, foram presos pela PF  |   Bnews - Divulgação Montagem BNews
Tácio Caldas

por Tácio Caldas

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Publicado em 08/02/2024, às 09h12 - Atualizado às 09h12


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A  Operação Tempus Veritatis ("A Hora da Verdade"), deflagrada pela Polícia Federal (PF), teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro, seus ex-ministros e ex-assessores. Todos são investigados por tentar dar um golpe de Estado no Brasil e de tentar invalidar as eleições de 2022, vencidas por Lula (PT). Ao todo, são cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e aplicação de medidas cautelares, nesta quinta-feira (8).

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Entre essas medidas estão o veto no contato entre os investigados, retenção de passaporte e destituição de cargos públicos. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, é alvo de uma dessas medidas restritivas - retenção do passaporte -. Toda a operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Prisão preventiva:

Os pedidos de prisão preventiva são contra Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro, Marcelo Câmara, coronel do Exército - ele já foi citado em investigações dos presentes oficiais recebidos e vendidos pela gestão Bolsonaro - e Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.

Por haver envolvimento de militares nas investigações, o Exército brasileiro segue acompanhando o cumprimento desses mandados que estão ligados a alguns militares. Tudo aconteceu em apoio à Polícia Federal.

Busca e apreensão

Um dos alvos de busca e apreensão nessa investigação da PF é o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto (PL). Além dele tem os militares Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha e  Stevan Teófilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército. Outro militar que é alvo da operação é o Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado 'gabinete do ódio'.

Núcleos golpistas

Segundo a Polícia Federal, o grupo que está sendo investigado foi dividido em duas partes para tentar minar o resultado das eleições de 2022. O primeiro grupo era voltado para construir e propagar fake news sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas. Os envolvidos com essa parte do núcleo golpista agiam para apontar uma 'falaciosa vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação'.

Essa situação ocorria desde 2019 e foi observada pela PF. "[...] discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022", disse a Polícia Federal.

Já o segundo grupo agia com o intuito de subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito. Isso quer dizer que eles tentaram concretizar o golpe. De acordo com as investigações essa etapa contava com o apoio de militares ligados a táticas e forças especiais.

Delação de Mauro Cid

Segundo as informações das investigações da Polícia Federal, essa operação teria sido fundamentada na delação premiada do ex-chefe de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Agentes da PF indicaram que essa delação vem produzindo resultados há alguns meses e resultou na operação 'Tempus Vetitaris' - Hora da Verdade, em tradução literal -. Essa operação seria o maior resultado obtido até agora.

Vale lembrar que as delações premiadas são utilizadas como forma de prova, por diversas investigações. Este foi um instrumento foi popularizado pela operação Lava Jato, que atingiu o atual presidente Lula (PT) e foi encerrada em fevereiro de 2021.

Crimes

Se todos os acusados tiverem confirmadas as condutas criminosas, eles podem ser enquadrados em diversos crimes. Entre eles estão os crimes de organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático. Além deles há o mais grave deles que é o de golpe de Estado.

Assista ao Radar BNews da última terça-feira (6):

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