Política

Governo Lula: Freixo foi ameaçado de morte por miliciano que fez campanha para ministra do Turismo

Foto: Divulgação/Ministério do Turismo
Ministra do Turismo do Governo Lula é filiada ao União Brasil e tem relação com miliciano  |   Bnews - Divulgação Foto: Divulgação/Ministério do Turismo

Publicado em 06/01/2023, às 06h40   Cadastrado por Vinícius Dias


FacebookTwitterWhatsApp

Novo presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) e costumaz combatente das milícias do Rio de Janeiro durante a trajetória política, Marcelo Freixo (PT) agora é subordinado a uma ministra que tem relações com pelo menos um miliciano.

Ex-policial militar, Juracy Alves Prudêncio é o nome do homem que já fez campanha para a ministra do turismo do governo Lula, Daniela do Waguinho (União Brasil). Ele já ameaçou Freixo de morte, segundo denúncia oferecida à Justiça pelo Ministério Público em agosto de 2009.

Conhecido como Jura, ele é comandante de uma milícia que leva o seu nome: o bonde do Jura. De acordo com a denúncia, "policiais da 3ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar que investigavam a quadrilha foram alvos de ameaças de morte, assim como o deputado que presidiu a CPI das milícias". A denúncia foi oferecia contra Jura e 13 comparsas.

A denúncia culminou na condenação de Jura por associação criminosa. Além de Freixo, outro ameaçado pelo grupo foi o delegado da Polícia Federal Robson Dartagnan Nunes Barbosa, "responsável pela apuração da denúncia de que Jura realizava segurança clandestina".

Jura é um dos milicianos citados no relatório final da CPI das Milícias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Segundo o documento, o miliciano — condenado a 22 anos de prisão por homicídio — chefiava um bando "formado por 70 pessoas, incluindo policiais militares” que atuava nos bairros Comendador Soares, Jardim Nova Era, Jardim Pernambuco, Palhada e Rosa dos Ventos, todos em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Ainda segundo o relatório, a milícia de Jura cobrava taxas de segurança R$ 20 a R$ 30 dos moradores, e de R$ 20 a R$ 40 de comerciantes. A quadrilha também tinha o monopólio da venda de gás, do sinal clandestino de TV a cabo e do "gatonet".

Ele entregou santinhos ao lado da atual ministra, filiada ao União Brasil, numa passeata que aconteceu na Baixada Fluminense, em 2018.

Na época, Jura estava preso em regime semiaberto, mas conseguiu autorização da Justiça para sair da cadeia para trabalhar e ganhou o cargo de Diretor do Departamento de Ordem Urbana na Prefeitura de Belford Roxo, comandada pelo marido de Daniela, Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho.

Daniela conseguiu ser eleita deputada federal. A ministra, o marido e o miliciano também posaram juntos para fotos feitas em outros momentos, como uma festa infantil. Ele está preso desde 2009, quando foi o principal alvo da Operação Descarrilamento, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que levou para trás das grades nove PMs acusados de integrar a milícia que ele chefiava.

Freixo não comentou o caso. Ele havia afirmado que caberia à ministra se pronunciar sobre o assunto e que a relação com ela era de "muito diálogo".

Já a ministra, em nota, afirmou que "apoio político não significa que ela compactue com qualquer apoiador que porventura tenha cometido algum ato ilícito".

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp