Política

Obras de arte valiosas e edificações tombadas são danificadas por terroristas, que esfaquearam quadro importante; saiba detalhes

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Quadro importante, pintado por Di Cavalcanti em 1962, foi rasgado a facadas por terroristas  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 09/01/2023, às 08h50   Cadastrado por Vinícius Dias


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A classe artística, e a arte como um todo, nunca foi algo importante para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O desafeto se estende para seus apoiadores, como os terroristas que invadiram os prédios dos três poderes no último domingo (8), promovendo depredação, destruição, caos, roubos e vergonha para a imagem externa do país.

Uma série de obras de arte e partes importantes da cultura brasileira foram danificadas na invasão. No Planalto, a tela "Duas Mulatas", pintada em 1962 por Di Cavalcanti foi furado pelos golpistas a golpes de faca.

No salão verde da Câmara, a obra "Araguaia", de Marianne Peretti (1997), também foi destruída. Ela era a única mulher na equipe de Oscar Niemeyer, que projetou Brasília.

No STF, a cadeira da presidente Rosa Weber, idealizada pelo designer Jorge Zalszupin foi arrancada. Além disso, um crucifixo foi danificado e a escultura "A Justiça", de Alfredo Ceschiatti, de 1961, foi pichada. Todas as vidraças do prédio foram quebradas. Também foram feitas pichações.

A sala da liderança do PT foi outra invadida; uma lanchonete foi incendiada próxima ao painel do artista Athos Bulcão.

As edificações da Praça dos Três Poderes foram tombadas, em 2007, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Brasília, cidade planejada, também foi inscrita pela Unesco, em 1987, na lista do Patrimônio Mundial.

Para José Nascimento, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Museus, o Ibram, entre 2009 e 2013, o Iphan deve avaliar todo o prejuízo após a invasão.

"São crimes de dano ao patrimônio público", diz ele. "O Iphan pode fazer a imediata avaliação do que foi danificado e, então, cabe à Polícia Federal prender os terroristas", disse à reportagem da Folha de São Paulo.

De acordo com Marcos Olender, diretor de projetos do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, é difícil mensurar o valor das obras danificadas. "Não existe realmente um valor para essas obras de arte que foram danificadas", afirma. "O que aconteceu foi muito grave."

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