Para Florence, prisão de Geddel deve mudar votos contra Temer na Câmara

A prisão de Geddel Vieira Lima (PMDB), nesta segunda-feira (03), pode causar uma reviravolta na votação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Para o deputado federal Afonso Florence (PT), a tendência é a perda de votos, a cada escândalo divulgado.

Em conversa com o BNews, na tarde desta segunda-feira (03), Florence disse que “de alguma forma todos esperavam a prisão de Geddel”. “Porque as provas arroladas no processo pelo procurador-geral são muito robustas. E Geddel faz parte dessa investigação, como um dos auxiliares do presidente. Apesar de Temer tentar barrar as investigações, logo chegará a ele”, disse.

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Em relação à votação da denúncia na Casa, Florence disse ter se surpreendido com o número de apoiadores do presidente. De acordo com levantamento da Folha de S. Paulo, 45 parlamentares declararam serem contra a aceitação da denúncia. A cada dia ele perde votos. Eu mesmo me surpreendi. Até os peemedebistas votarão contra ele”, afirmou.

O caso

Geddel Vieira Lima foi preso acusado de agir para obstruir investigações da Operação Cui Bono, que apura fraudes na liberação de crédito da Caixa Econômica Federal – o ex-ministro foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa entre 2011 e 2013, no governo Dilma Rousseff. A investigação teve origem na análise de conversas registradas em um aparelho de telefone celular apreendido na casa do então deputado Eduardo Cunha.

O Ministério Público Federal (MPF) argumenta que Geddel atuou para evitar possíveis delações premiadas do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do doleiro Lúcio Funaro, ambos presos pela Operação Lava Jato e também investigados na Cui Bono. Segundo o MPF, Geddel tentou garantir que Cunha e Funaro recebessem vantagens indevidas para não fazer delação, além de “monitorar” o comportamento do doleiro para constrangê-lo a não fechar o acordo.

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