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Veja quem são os principais alvos da operação que mira grupo que movimentou R$ 1,4 bilhão com fraudes licitatórias na BA

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Até o momento, 15 pessoas foram presas  |   Bnews - Divulgação Divulgação / PF
Adelia Felix

por Adelia Felix

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Publicado em 10/12/2024, às 09h09 - Atualizado às 09h41



O aprofundamento das investigações da Operação Overclean, deflagrada nesta terça-feira (10), revelou a existência de uma organização criminosa liderada pelos irmãos Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente, José Moura (conhecido como "Rei do Lixo") e Lucas Maciel Lobão Vieira, ex-coordenador estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia, segundo apurado pelo BNEWS.

A reportagem apurou também que a atuação da organização criminosa não se restringia apenas aos contratos firmados pelo DNOCS, mas também abrangia fraudes licitatórias e desvio de recursos públicos em diversos outros setores.

O grupo criminoso, por meio de operadores centrais e regionais, cooptou servidores públicos para obter vantagens no direcionamento e na execução de contratos públicos. Os acertos eram realizados e mantidos por operadores políticos, que facilitavam esses direcionamentos.

Documentos obtidos pela reportagem apontam que as empresas do grupo assinavam os contratos após o direcionamento e executavam práticas fraudulentas, como superfaturamento e geração de sobrepreço. Os pagamentos ilícitos (propinas) eram realizados através de empresas fantasmas ou por métodos que dificultavam a identificação dos remetentes.

Até o momento, 15 pessoas foram presas. As diligências ocorreram em Salvador, Lauro de Freitas, Jequie, Itapetinga, Campo Formoso, Mata de São João e Wagner.
Além de São Paulo, Goiânia e Palmas.

Nesta manhã, foram presos Maciel Lobão Vieira e Flávio Henrique de Lacerda Pimenta, servidor da Secretaria de Educação de Salvador. Além disso, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços de luxo em Salvador, incluindo o Edifício Porto Trapiche, na Avenida Contorno, o Condomínio Mansão Saint Laurent, no Itaigara, e os edifícios Salvador Shopping Business e Thomé de Souza, no Caminho das Árvores. Policiais federais também fizeram buscas na empresa de José Moura, a MM Limpeza Urbana.

A operação, que envolveu a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF), a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), apura fraudes em contratos públicos e desvio de recursos por meio de superfaturamento de obras e desvios de emendas parlamentares e convênios. O esquema criminoso movimentou R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 825 milhões apenas em contratos com órgãos públicos em 2024. Além das prisões, foram sequestrados R$ 162,3 milhões em bens e afastados oito servidores públicos envolvidos no esquema.

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