Vizinhos revelam comportamento agressivo do primeiro condenado no STF por atos golpistas

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou na última semana os três primeiros acusados por envolvimento nos atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, em Brasília. O primeiro réu julgado, Aécio Lucio Costa Pereira, vai cumprir 17 anos de prisão.

Antes da participação na tentativa de golpe, Aécio já demonstrava ser uma pessoa violenta. Ele é alvo de ao menos 10 boletins de ocorrência, registrados pelos vizinhos do condomínio onde morava, em Diadema (SP).

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De acordo com uma reportagem do programa “Fantástico”, da TV Globo, que foi ao ar no último domingo (17). Aécio é acusado de agressão verbal, homofobia, intolerância religiosa e até furto.

Uma professora, que não quis revelar a sua identidade,mora um andar acima do apartamento de Aécio. Ela registrou uma série de boletins de ocorrência contra o sucessor por injúria, calúnia, difamação e perturbação da tranquilidade.

“Ele passava, ele falava: 'Eu vou acabar com você.' Até um ponto que chegou que as pessoas começam, algumas pessoas, começaram a perceber essa manipulação mental que ele fazia, entendeu?", relata a professora.

Aécio Pereira foi síndico do condomínio durante 8 anos. Ao longo desse período, vizinhos relataram ao menos 10 episódios de ameaças e agressões. Uma moradora registrou um boletim de ocorrência acusando o síndico de furto de celular. A vítima disse à polícia que Aécio arrancou o telefone de suas mãos e não devolveu o aparelho.

Ainda segundo a reportagem do Fantástico , os boletins de ocorrência mostram relatos de ofensas, intolerância religiosa e homofobia.

"Falando em bichona, ó, estou trabalhando aqui, ó, aqui ó acabei de escrever com a wap. Ó que linda bicha com X porque todo comunista é analfabeto. Vai descansar que eu estou trabalhando. Fica sossegado viu? Estou cuidando do seu bem. Vai dormir vai, vai. Bom sono viu? Bom sonho", diz um dos relatos.

Aécio Pereira tem 51 anos, é casado e é pai de duas crianças. Ele trabalhou por 28 anos como técnico da Sabesp, a empresa de saneamento de São Paulo. A companhia informou que ele não responde a processos disciplinares e foi demitido três dias após os atos golpistas.