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Greve dos caminhoneiros: saiba como começou o movimento que está parando o Brasil

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Reivindicações incluem diminuição dos tributos sobre o diesel e tabela de preços para o frete  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 24/05/2018, às 18h41   Redação BNews


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Postos sem combustíveis, risco de desabastecimento de mercadorias em feiras e supermercados, probabilidade de redução de frota do transporte público e manifestações por toda a cidade. Esse é o cenário que vive Salvador, nesta quinta-feira (24), e que é semelhante a tantas outras cidades pelo Brasil. A crise ocorre por conta da greve dos caminhoneiros. Mas, quem são esses caminhoneiros e o que querem? 

A paralisação da categoria começou na segunda-feira e foi proposta de forma espontânea em redes sociais e grupos de WhatsApp. Segundo a BBC Brasil, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) abraçou a ideia e, junto com vários sindicatos, começou a paralisação, que pedia a diminuição dos tributos sobre o diesel, tabela de preços para o frete, isenção do pagamento de pedágio dos eixos que estiverem suspensos e a criação de um marco regulatório para os caminhoneiros. 

O movimento foi ganhando força e, aos poucos, caminhoneiros de frota foram aderindo à paralisação, elevando para mais de um milhão o número de caminhões parados pelas rodovias de todo o país, segundo a Folha de São Paulo. À publicação, José da Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), explicou que as empresas aderiram ao protesto por conta da alta dos combustíveis e também pelo fato de não conseguirem circular. 

Além disso, a população começou a apoiar à greve e estão doando água, frutas, verduras, pães, biscoitos, leite e café para os motoristas que estão parados nas rodovias. Na Bahia, produtores de Barreiras e Luís Eduardo aderiram ao movimento e colocaram tratores na estrada.

Com a greve dos caminhoneiros, a Petrobras reduziu emergencialmente o preço do diesel em 10% e congelou o valor por 15 dias e a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que reduz benefícios fiscais concedidos pelo governo a diversos setores da economia com mudanças que reduzem o preço do óleo diesel, mas presidente da Abcam afirmou que o movimento só vai parar quando o governo sancionar a lei que zera o PIS/Cofins sobre o óleo diesel.

Para a população, a greve dos caminhoneiros pode ter sido uma surpresa, mas o governo federal já havia sido avisado da possibilidade. Ainda de acordo com a BBC, no dia 16 de maio, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) apresentou um ofício ao governo federal pedindo o congelamento do preço do óleo diesel e a abertura de negociações, mas foi ignorada, mesmo sabendo que uma paralisação da categoria pode levar o Brasil ao caos, já que o país depende desse tipo de transporte para o deslocamento de carga, pois tem poucas linhas de trens para escoar a produção.

Além disso, os caminhoneiros fizeram bloqueios em pontos estratégicos, como a saída de refinarias da Petrobras e a entrada do porto de Santos, em SP, dificultando ainda mais o escoamento das mercadorias.

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