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Avanço do Talibã até Cabul foi marcado por crimes contra a humanidade, conclui ONU

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Documento da entidade detalha situação de diferentes regiões do país  |   Bnews - Divulgação Reprodução/UNAMA / Freshta Dunia.

Publicado em 17/08/2021, às 09h05   Redação BNews


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A Organização das Nações Unidas (ONU) avalia que o avanço do Talibã em direção à capital do Afeganistão, Cabul, foi marcado por atos e medidas que poderiam ser consideradas como "crimes de guerra e crimes contra a humanidade".

A conclusão faz parte de um informe da organização. Segundo o colunista do portal UOL , Jamil Chade, o documento detalha a situação de diferentes regiões do país.

A ONU relata suspeitas de abusos, execuções e tortura. A entidade registrou pelo menos 183 civis mortos e 1.181 feridos, incluindo crianças, entre 9 de julho e 9 de agosto em apenas quatro cidades —Lashkar Gah, Kandahar, Herat e Kunduz. 

A própria ONU considera que esses são números subestimados e que não refletem o cenário completo. 

O total de mortos catalogado, por exemplo, se limita à contagem da população civil - não incluindo soldados e policiais. Relatórios documentados pela Missão de Assistência da ONU no Afeganistão e pelo Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas, a maior parte dos danos civis foi causado por confrontos entre diferentes grupos.

O fato também levou 241 mil pessoas a deixarem suas cidades, antes mesmo da chegada até Cabul. Nos últimos dias, esse número subiu para 600 mil. 

Nas áreas que foram capturadas pelo Talibã, a ONU indicou também que estava recebendo relatórios de execuções sumárias, ataques contra funcionários atuais e antigos do governo e seus familiares, uso militar e destruição de casas, escolas e clínicas e a colocação de um grande número de dispositivos explosivos improvisados.

A ONU indicou ainda que recebeu relatos "profundamente perturbadores de graves violações do direito humanitário internacional, tais como assassinatos pelo Talibã de membros das forças de segurança afegãs —em alguns casos, depois de terem recebido até mesmo cartas garantindo sua segurança ao se renderem".

Outra preocupação da instituição se refere às restrições aos direitos humanos nas áreas sob o controle do Talibã, particularmente visando as mulheres. A entidade tem recebido relatos de que mulheres e meninas em vários distritos sob controle do Talibã estão proibidas de deixar suas casas sem um acompanhante masculino.

Em vários locais, o Talibã tem ameaçado que a violação dessas regras resultaria em punições, e já há relatos de mulheres que foram flageladas e espancadas em público porque desconsideram ordens dadas pelos fundamentalistas. 

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