Salvador

Lojistas temem novo "fechamento total" em Salvador

Dinaldo Silva/BNews
Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 22/02/2021, às 20h20   Henrique Brinco e Pedro Vilas Boas


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A sensação de alívio para os lojistas após o retorno das atividades comerciais em Salvador deu lugar ao medo. Em meio à segunda onda de covid-19 no país, esses empresários temem que sejam obrigados a fechar totalmente seus estabelecimentos.

"Com a pandemia do jeito que tá, é necessário fazer algumas ações pra melhorar. Ações melhores seriam fechar praia, futebol, acabar com as festas. Tá havendo festa", diz ao BNews, indignado, Joanilton Júnior, proprietário da loja Preseneart, no Shooping Caboatã, Imbuí.

Ele conta que tem conseguido manter a loja, mesmo com o toque de recolher estabelecido pelo governo do estado, das 20h às 5h. Para garantir a ida dos funcionários para casa, os shoppings tem fechado mais cedo, às 19h. Mas, um novo fechamento total, acabaria com a loja de Joanilton.

"A gente tá com receio que feche tudo de novo. Quem sobreviveu ao primeiro fechamento, caso tenha um segundo, acho que morre o resto do comércio", disse.

"O comércio não pode parar"

Sentimento parecido tem Lívia Sampaio, dona da loja Verde Grãos, no mesmo shopping. Ela cobra que, ao invés de retomar medidas mais restritivas, o poder público fortaleça a fiscalização durante a pandemia.

"Acredito que o comércio não pode parar de funcionar, as pessoas precisam trabalhar. O que o governo precisa fazer, de fato, é fiscalizar as aglomerações, lugares de festas, ambientes que o pessoal acaba sendo irresponsável, e a gente acaba pagando o preço", disse à reportagem.

Claudio Luiz, proprietário das lojas Só Glamour e Só Glamour Kids, pede atenção do governo à classe. "A gente tem que se cuidar mesmo, o índice tá muito alto, mas o governo em si tem que olhar mais pros (sic) empresários, porque a gente tá sofrendo muito", desabafou.

Queda no faturamento

A medida deve impactar em cheio as receitas dos empresários que, segundo estimativa do  Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Mota, já estavam sofrendo com as quedas das vendas em janeiro, quando o faturamento foi 15% menor do que no ano passado.

“Essas limitações de faturamento repercutem na dificuldade de geração de receita, e, também, na perspectiva de recuperar empregos, não digo de novos empregos, mas daqueles [trabalhadores] que foram demitidos, então, é uma intranquilidade muito grande. Nós reconhecemos que o problema da pandemia tem se agravado, temos a visão de que isso é um problema sanitário, e que não foi encontrado por parte das autoridades um caminho de enfrentamento que preservasse o nível de emprego e renda. Não são as atividades econômicas que estão gerando a pandemia, é o desrespeito da sociedade às medidas impostas pelas autoridades. O comércio tem cumprido os protocolos sanitários para manter as condições de preservação às vidas”, disse Mota. 

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