Saúde

Questões políticas prejudicam Hospital de Base em Itabuna

Imagem Questões políticas prejudicam Hospital de Base em Itabuna
Governo do estado e prefeitura não se entendem e a população sofre as consequências  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 26/07/2011, às 17h10   Luiz Fernando Lima


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A crise do Hospital de Base de Luís Eduardo Magalhães em Itabuna não deve ter solução antes das eleições municipais de 2012. Embora haja uma audiência entre os representantes do governo do estado e os da prefeitura de Itabuna agendada para o dia 12 de agosto, não há indícios de avanço nas negociações. O hospital atende cerca de mil pacientes das regiões sul e sudeste do estado, em casos de média e alta complexidade.

Nas contas do secretário municipal da Saúde, Geraldo Magela, o hospital tem um custo de R$ 2.5 milhões mensais, mas recebe apenas 1.5 milhão de reais. “O repasse está congelado desde 2008, mas nossos custos todos aumentaram”, afirma. O chefe da pasta argumenta que todos os salários dos profissionais que trabalham na instituição aumentaram, mas os repasses, não.

Recentemente, governo e prefeitura conversaram e o secretário estadual da Saúde (Sesab), Jorge Solla teria feito uma proposta que acrescentaria R$ 497 mil vinculados à produtividade da unidade médica. Contudo, segundo o gestor municipal, a intenção do estado é privatizar o atendimento, na forma Parceria Público-Privada (PPP), como em outros hospitais,  algo que foi rejeitado pelo prefeito, José Nilton Azevedo (DEM).

Magela afirma que os 497 mil reais foram aceitos e que uma contraproposta foi feita pela prefeitura. “Precisamos de um aumento de R$ 500 mil pré-fixados”. Para o secretário municipal, o estado se recusa a fornecer o recurso por questões políticas.

Neste debate entra o deputado estadual Augusto Castro (PSDB) que, a despeito da legenda que representa, vem estabelecendo contato com os secretários estaduais no sentido de buscar uma solução para o caso.

Castro defende a exclusão das questões partidárias para que a população não sofra as consequências de uma disputa política neste setor importante. O tucano propõe uma gestão compartilhada entre estado e município.

“É possível que os dois entes façam aportes e mantenham o atendimento no patamar em que está. Além de fazer novos investimentos. Já que o prefeito é contra a estadualização e o governo alega que tem limites na ampliação de repasses é preciso sentar e encontrar um meio termo”, sugere o parlamentar.

Os números apresentados pela secretária municipal indicam que o Hospital, apesar do descompasso dos recursos, vai bem. Segundo Magela, reformas e investimentos foram feitos nos últimos anos. “Os hospitais de Vitória da Conquista, Ilhéus, Jequié  e Porto Seguro são todos estaduais e o nosso é mais eficiente. Do ponto de vista técnico não há justificativas para a estadualização. A questão é política”, conclui o chefe da pasta municipal.

A reportagem do Bocão News tentou contato com o secretário da Saúde do Estado, Jorge Solla, mas não teve sucesso. O secretário está em viagem e só retorna a Salvador na próxima sexta-feira (29)

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