None

Hackers que reivindicam ataque ao ConecteSUS tiram do ar sites de gigante de mídia de Portugal

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os autores do ataque hacker acessaram o sistema interno da empresa portuguesa  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 04/01/2022, às 15h25   Giulianna Miranda/Folhapress


FacebookTwitterWhatsApp

Um dos maiores conglomerados de mídia de Portugal, o grupo Impresa foi alvo de um ataque hacker. Desde a manhã de domingo (2), sites ligados à empresa estão fora do ar, incluindo as páginas da emissora SIC, líder de audiência na TV aberta portuguesa, e do jornal Expresso, semanário mais lido do país.

A ofensiva do tipo ransomware –que pede o pagamento de uma espécie de resgate em troca do restabelecimento do sistema– foi reivindicada pelo Lapsus$ Group, mesma organização que, em dezembro, assumiu a autoria do ataque ao Ministério da Saúde do Brasil e ao aplicativo ConecteSUS.

Em coluna publicada no jornal Folha de S.Paulo, o especialista Ronaldo Lemos explicou que o impacto desse tipo de ataque é devastador. De acordo com ele, essas ações se transformaram em uma operação profissionalizada, com "call center" disponível 24 horas por dia para que a vítima entre em contato com os criminosos.

Os autores do ataque hacker acessaram o sistema interno da empresa portuguesa, comprometendo a comunicação entre funcionários e o funcionamento de ferramentas usadas para a produção de programas televisivos, e conseguiram tirar do ar a Opto, plataforma de streaming da SIC.

Os hackers chegaram a enviar mensagens à lista de inscritos nas newsletters do jornal Expresso. No domingo, dispararam a vários assinantes uma nota com o título "BREAKING Presidente afastado e acusado de homicídio", contendo afirmações falsas e links potencialmente perigosos.

De acordo com reportagem do jornal português Público, há a suspeita de que os hackers tenham acessado o sistema durante vários dias, estudando a melhor forma de realizar um ataque em série.
Em nota, o grupo Impresa classificou a ação como um "atentado nunca visto à liberdade de imprensa em Portugal na era digital" e anunciou a apresentação de uma queixa-crime sobre o ataque. A empresa também diz estar em colaboração com a Polícia Judiciária e com o Centro Nacional de Cibersegurança.

Enquanto os sites estão fora do ar, jornalistas da empresa têm publicado os conteúdos nas redes sociais do grupo. Outros veículos portugueses, como os jornais Público e Observador, manifestaram apoio à Impresa e têm divulgado os links para as redes sociais do grupo em seus próprios sites e perfis.

Proprietária da emissora TVI e da CNN Portugal, o grupo Media Capital divulgou nota repudiando os ataques, uma "ameaça concreta à imprensa livre" e um "atentado à sociedade, que tem o direito de se informar por meio de órgãos de comunicação social independentes e plurais".

Leia mais: 

Fabricante de testes de Covid e gripe dobra produção após alta na procura

‘Me arrependo da culpa’, diz Luana Piovani ao lembrar traição a Rodrigo Santoro

Policiais ficam feridos após serem picados por abelhas durante manifestação

Siga o BNews no Google Notícias e receba as principais notícias do dia em primeira mão

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp