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Variante ômicron deve impactar turismo no 1º trimestre com menos viagens e empregos

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Período terá menos viagens e empregos e isso tem gerado preocupação no trade  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 26/01/2022, às 14h33   Redação BNews


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A recuperação do turismo prevista para o primieiro trimestre de 2022 está cada vez mais em risco, e o setor prevê suspensão de cruzeiros e menos viagens e empregos por causa da variante Ômicron do Coronavírus. Em 2021, o faturamento do setor cresceu 22,5%. Especialistas apontam que esse ano o crescimento pode estar ameaçado.

Depois de perderem 36% da receita em 2020, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as empresas de turismo ganharam fôlego extra no ano passado com o avanço da vacinação. Mas a nova variante traz de volta a sensação de incerteza, e deve desacelerar o ímpeto do setor no primeiro trimestre deste ano.

A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) afirmou ao g1 que o primeiro impacto do coronavírus causou uma queda de 58% dos ganhos das agências entre 2019 e 2020 — de R$ 33,9 bilhões para R$ 14 bilhões. “Em março de 2020, o mundo se fechou. Não havia hotel, restaurante, passeios, nada. O faturamento foi a zero por quatro a cinco meses”, conta Ana Carolina Medeiros, presidente em exercício da Aba.

O faturamento anual das agências em 2021 só será divulgado pela Abav em março. Mas, de acordo com Roberto Haro Nedelciu, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), em novembro do ano passado 20% das operadoras de turismo estavam vendendo igual ou melhor que antes da pandemia.

Mas em dezembro a explosão de casos de Covid-19 fez com que parte dos clientes adiasse suas viagens ou optasse por destinos dentro do país. Ainda assim, as expectativas para 2022 como um todo são positivas.

"A gente prevê uma pequena retração do mercado no primeiro trimestre deste ano, que não deve ser muito significativa. Essa desaceleração deve ser superada nos trimestres seguintes, com a melhora dos índices de contaminação", disse Nedelciu.

Uma sondagem feita pela Abav com associados mostrou que um terço das empresas esperam faturamento 60% maior neste ano que no anterior. Outros 27% esperam alta de 50%. Mas o temor é que a ômicron tenha entrado em cena para mudar os planos e repetir o baque do início da pandemia.

Com objetivo de prevenir mais cancelamentos, as agências têm feito um esforço de procurar hospedagens e passeios que minimizem os riscos de contágio. Mas a Abav já reconhece que as novas contratações de viagens, para o meio de ano, estão em compasso de espera.

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Segundo a presidente da entidade, os contratantes ainda procuram entender melhor os riscos e efeitos da ômicron. Ela conta que, até o momento, há poucos adiamentos e apenas os mais cautelosos já cancelaram viagens.

“A procura está mais baixa e, se essa compra não vier, não tem um plano B. Seria desesperador. Mas o setor está otimista de que tudo vai passar rápido com esse patamar de vacinação”, disse ao g1.

De acordo a CVC, destinos nacionais e, principalmente, regionais, concentram quase toda a preferência dos brasileiros por viagens em janeiro. Por este motivo, a empresa realiza desde dezembro operações temporárias de voos fretados ao nordeste, que é uma das regiões mais procuradas do Brasil no verão.

O turismo internacional, por outro lado, "está em recuperação mais lenta, devido a uma conjunção de fatores: pandemia, alta do dólar e inverno no exterior", informou a CVC, em nota.

Segundo Fabio Bentes, economista sênior da CNC, o setor de turismo deve apresentar resultados inferiores este ano não só pela variante ômicron, mas pela crise econômica do país, que afeta o poder de compra do brasileiro.

"A gente previu a abertura de 80 mil vagas temporárias para a alta temporada. Vamos ter de revisar esse número porque não haverá mais trabalho para todo mundo, principalmente com a suspensão dos cruzeiros no país", disse ele.

Globalmente, a perspectiva é de que o turismo internacional recupere os níveis pré-pandemia antes de 2024, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT).

Segundo a agência das Nações Unidas sediada em Madri, o número de desembarques internacionais aumentou 4% no mundo no ano passado em relação a 2020, mas continuou sendo 72% inferior ao de 2019, antes do início da pandemia da Covid-19. Em 2022, a agência prevê números impactados pela variante ômicron.

"O ritmo da recuperação continua lento e desigual nas diferentes regiões do mundo, devido aos graus distintos de restrição à mobilidade, às taxas de vacinação e à confiança dos viajantes", explicou a OMT, em comunicado.

As chegadas de turistas internacionais devem subir de "30% a 78%" em comparação com 2021, mas ainda seriam inferiores aos números de 2019. Segundo as estimativas de diversos especialistas, a volta ao patamar pré-pandêmico só deverá acontecer em "2024 ou depois".

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