Surfista baiano Márcio Freire já tinha escapado da morte 12 anos antes do acidente em Nazaré

Ser surfista de ondas gigantes é viver constantemente com o perigo. Apesar de ser o primeiro a morrer no mar de Nazaré, em Portugal, após acidente na última quinta-feira, o surfista baiano Márcio Freire já tinha escapado da morte 12 anos antes, em Jaws, no Havaí.

O episódio, inclusive, foi relembrado por ele, durante uma entrevista ao canal Let's Surf, em outubro do ano passado. "Eu tinha machucado meu joelho surfando em Jaws num dia pequeno com o Yuri [Soledade]. Fiquei uns 45 dias parado. Quando voltei a surfar, não estava naquele ritmo todo. Eu caí [na água] com o Danilo [Couto] sozinho, e quando a gente chegou em cima do penhasco, tinha um jet-ski fazendo tow-in. Quando a gente foi descendo, esse jet-ski foi embora, e a gente caiu, literalmente, sozinho no pico".

Ao detalhar o acidente, Márcio contou que chegou a achar de verdade que iria morrer naquele dia. "Peguei uma onda, não consegui passar a sessão, tomei o caldo, e veio uma segunda onda intermediária, que pegou em cima da minha cabeça, tirou muito da minha energia. Quando subi, levei uma terceira onda que era menor que a segunda, só que no 'coco' mesmo, com o lip [crista da onda] grossão, e ela me arrastou por muito tempo debaixo d'água, achei que ia bater nas pedras, e não aguentava mais nada. Subi achando que era o fim mesmo, mas consegui subir na prancha e pegar uma espuma, e fui em direção às pedras".

O baiano contou que por pouco não ficou desacordado, sorte que não teve na última quinta, no mar de Portugal. "Fui saindo devagarzinho, perdi a visão, e me senti com vida, e feliz, com sentimento de mais uma vez ter passado por um perrengue e ter sobrevivido. Eu cheguei muito perto de apagar, e, se apagasse, não teria ninguém para me resgatar, ia morrer por ali mesmo".

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