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Reprodução/TV BahiaPublicado em 04/01/2022, às 19h28 Milena Ribeiro
Moradores do bairro da Federação demonstraram preocupação após Ana Beatriz Santos, de 22 anos, ser hospitalizada por causa de uma picada de aranha que aconteceu dentro de sua casa, no bairro da Federação. Segundo relatos de vizinhos, o caso não é o primeiro na região. Ao BNews, a sanitarista, chefe do Setor de Vetores e Animais Peçonhentos do Centro de Controle de Zoonoses (SEVTV/CCZ), Lucrécia Lopes, explicou que equipes do CCZ já haviam ido ao local e chamado atenção sobre entulhos na região.
Apesar de ter registrado um aumento na presença de aranhas no local, não houve notificações recentes de acidentes causados pelo animal, de acordo com Lucrécia. Ela, porém, confirmou que no mês de setembro tiveram registros de aparecimento dos aracnídeos na região, mas associou o fato à existência de entulho em um terreno particular ao lado das residências.
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De acordo com relatos, a avó, a irmã e o sobrinho de Ana Beatriz também já foram picados pelo animal. Ao Balanço Geral, os moradores da região também informaram que picadas de aranhas são frequentes na Rua Onze de Agosto, na Federação. Contudo, a bióloga Lucrécia disse que "no local da solicitação não tinha sido registrado nenhum acidente anteriormente”.
“Quem mora perto de mata, onde tem muita vegetação, tem que ter cuidado com os acessos. Deve, se possível, telar as janelas, evitar deixar os ralos abertos e deixar a área sempre limpa, evitando resíduos, porque esses resíduos atraem insetos que podem atrair aranhas para perto da residência”, alertou a bióloga .
De acordo com Lucrécia, a espécie que picou a jovem não conseguiu ser capurada, dessa forma, não tem como garantir que seja uma espécie que apresente maiores riscos à saúde dos humanos.
Vale ressaltar que áreas que estão sendo desmatadas também podem registrar aumento de animais, como aranhas ou até mesmo cobras, dentro de residências.
Embora tenha tido um aumento no aparecimento de aranhas, Lucrécia relatou que houve uma queda no número de casos de acidentes causados pelo animal em Salvador em 2021. Segundo ela, a capital baiana registrou 19 casos de janeiro a dezembro do ano passado, um número pouco menor que em 2020, que foi de 26. Mesmo com número baixo de casos registrados na capital, de acordo com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox-BA), foram registrados, em todo o ano de 2021, 749 casos de picadas de aranha em todo o Estado da Bahia.
A chefe do SEVTV explicou que, ao serem notificados, uma visita é agendada e uma equipe faz a inspeção na residência e na área ao redor para a identificação de fatores favoráveis à proliferação de aranhas. Quando a aranha é coletada, ela é encaminhada ao CCZ para que seja feita sua identificação.
"No caso das solicitações, a gente tenta verificar se as aranhas encontradas são as aranhas que causam risco para a população, que no caso é a Viúva Negra, a Aranha-Marrom ou a Armadeira. Essas são aranhas que podem ter em Salvador e podem trazer problemas de saúde, precisando de tratamento e acompanhamento. As outras aranhas podem causar irritação, mas não causam problemas graves", explicou.
Lucrécia ainda explicou que o trabalho de prevenção e controle feito pelo CCZ consiste em: "Avaliação ambiental das notificações de acidentes e das solicitações de presença das aranhas; busca ativa nos imóveis positivos e orientações técnicas".
Para evitar o aparecimento desses animais em residências, Lucrécia pontuou: "É importante manter o ambiente limpo, evitar o acúmulo de materiais porque é onde elas usam para fazer seus ninhos e armar suas teias". "A gente não pode exterminar todas as aranhas, porque elas também têm um papel na natureza", ressaltou.
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