Justiça

Caso Imbuí: MPT vai apurar suspeita de cárcere privado, mas já constatou irregularidades

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Babá caiu de terceiro andar de prédio em Salvador, na tentativa de fugir de maus tratos da patroa  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 27/08/2021, às 17h34   Léo Sousa


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O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) investiga a suspeita de que a babá que caiu do terceiro andar de um prédio no bairro do Imbuí, em Salvador, era vítima de cárcere privado.

O caso aconteceu na quarta-feira (25). Raiana Ribeiro da Silva, de 25 anos, afirma que pulou da janela para fugir de maus tratos da patroa, Melina Esteves França. A babá conta que havia sido presa no banheiro pela mulher.

"Precisamos ainda identificar, através das testemunhas, se realmente ocorreu a situação de trabalho forçado, de cárcere privado, que está sendo investigado [...] Precisamos avançar nas investigações, pra apurar e chegar a uma conclusão", afirmou a procuradora Manuella Gedeon, responsável pelo inquérito civil instaurado para apurar o caso, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (27).

De acordo com a procuradora, no entanto, o MPT já constatou outras irregularidades, na esfera do trabalho, por meio dos depoimentos da empregada, da empregadora e de outras ex-empregadas.

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As oitivas, prestadas na sede da 9ª Delegacia da Polícia Civil, foram acompanhados por Manuella e pela auditora fiscal do trabalho Tatiana Fernandes.

"Inicialmente, a gente detectou já irregularidades trabalhistas como ausência de anotação em carteira de trabalho, ausência de repouso semanal remunerado - a contratação era de folga de 15 em 15. Constatamos a existência de uma jornada além do limite legal estabelecido, então isso já foi constatado ontem através dos depoimentos", afirma.

"E, também, um acidente ocorreu. Independente de ser trabalho escravo ou não, uma empregada caiu do terceiro andar de um prédio. Isso, por si só, já configura um acidente de trabalho", acrescenta a procuradora.

De acordo com o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho na Bahia, Luís Carneiro, é avaliada a possibilidade de criar um grupo de trabalho específico para reforçar a apuração do caso.

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