Denúncia
Reprodução/Redes SociaisPublicado em 29/03/2022, às 16h16 Redação BNews
Um menino, com transtorno do espectro autista (TEA), teve uma crise no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, após ser impedido de usar a prioridade em um voo da empresa Latam. A situação, que ocorreu no sábado (26), foi registrada em um vídeo e compartilhada nas redes sociais. [veja vídeo ao final da matéria]
Segundo relato da mãe do menino, Karina Dantas, divulgado no Instagram, ela costuma viajar com o filho há 11 anos e nunca tinha passado pela situação. Ela disse que informou a uma funcionária da Latam que o garoto era autista e que não aguentava aguardar por muito tempo, no entanto, a espera pelo atendimento foi longa.
Karina entregou todos os documentos necessários para realizar o embarque, porém a colaboradora da companhia alegou que os mesmos estavam desatualizados.
"O RG está com meu nome de casada, sendo que apresentei certidão de nascimento dele, minha certidão de casamento e de divórcio justamente para comparar, mas ainda assim a mesma não aceitou levando a uma demora absurda fazendo com que o Dudu começasse a entrar em crise, sendo que a mesma sumiu com os documentos para supervisão e não voltou mais”, relatou a mãe.
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A mulher relatou ainda que após cerca de uma hora de espera, o menino entrou em uma grave crise, caiu e acabou quebrando os dentes. Apesar da situação, ela informou que não foi acolhida por nenhum funcionário da Latam.
“Ele fica agressivo, caímos, ele me batia, se debatia a ponto de segurar ele no chão e ninguém, uma espera de quase uma hora, e absolutamente ninguém da Latam vinha até nós para ajudar ou nos liberar. A funcionária, chamada Luana, sumiu. A crise foi tão intensa que Dudu ficou descontrolado pela demora. Eu não consegui segurar e ele acabou caindo e quebrando os dentes. Comprometeu a arcada dentária dele. Os dentes quebraram e ainda assim ninguém dessa companhia me ajudava", disse a mulher acrescentando ainda que vai buscar medidas judiciais contra a companhia área.
”Agora meu filho precisa de tratamento e eu vou entrar com processo contra a Latam e essa funcionária que não tem capacidade nenhuma de estar trabalhando em um setor onde pelo menos a pessoa leia e saiba entender a veracidade dos documentos”, desabafou.
Veja vídeo:
O vice-presidente da Associação de Amigos do Autista da Bahia (AMA-BA), Leonardo Martinez, lamentou a atitude da atendente da Latam: "É lamentável a falta de obediência a lei e mais ainda a completa ausência de sensibilidade de prepostos de grandes empresas. Não estamos falando de uma pequena empresa sem estrutura ou informação, o que já não justificaria. Torna-se ainda mais assustador e revoltante, por se tratar de uma grande empresa que deveria ter estrutura e acolhimento para atender pessoas com deficiência. Espero que a justiça atue com a firmeza necessária para de forma pedagógica evitar a repetição de situações como essa. As pessoas com autismo possuem o direito legal à preferência no atendimento por questões inerentes ao transtorno. Não é um mero capricho ou vontade de ser atendido mais rápido, é necessidade".
Procurada, a Latam afirmou que seguiu os processos de embarque e, apesar da negativa da mãe do garoto, que prestou a devida assistência:
“A LATAM Airlines Brasil se sensibiliza e lamenta o ocorrido. A empresa está apurando os fatos ocorridos no processo de embarque dos passageiros.
Durante a ocorrência, a empresa solicitou o suporte do ambulatório médico do aeroporto e esteve presente junto aos passageiros, dando a assistência necessária. Após a liberação médica, os passageiros seguiram no voo original, com conexão em outro voo, que decolou no dia seguinte.
A empresa esclarece que segue todos os protocolos vigentes do setor para garantir a segurança de seus passageiros”.
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