Economia & Mercado
Publicado em 13/01/2023, às 11h39 - Atualizado às 11h44 Cadastrado por Yuri Abreu
Até o homem mais rico do Brasil não passou ileso à crise pela qual vem passando as lojas Americanas. Na última quarta-feira (11), o então CEO do grupo, Sérgio Rial, revelou um desfalque de R$ 20 bilhões nas contas da empresa, além de "inconsistências contábeis" no balanço financeiro.
O executivo ficou no cargo por apenas dez dias. Por sua vez, a Americanas diz que ainda está apurando os fatos, portanto a dívida estimada pode sofrer ajustes. O rombo teria acontecido em exercícios anteriores a 2022, antes, portanto, de Rial assumir a presidência da Americanas.
Com o cenário de terra arrasada, diretores venderam mais de R$ 210 milhões em ações da Americanas no segundo semestre de 2022, apontam documentos publicados pela própria empresa no portal de relacionamento com investidores.
Já nesta quinta-feira (12), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado de capitais no Brasil, anunciou ontem a abertura de dois processos contra a Americanas para obter explicações sobre informações contábeis, dos fatos relevantes e dos comunicados emitidos pela empresa.
Para o empresário e economista, Jorge Paulo Lemann, pessoa mais rica do Brasil na atualidade, segundo o ranking de bilionários da Forbes, a perda foi de US$ 329 milhões — o equivalente a R$ 1,68 bilhão — da sua fortuna de US$ 16 bilhões, também no dia de ontem. Ainda na quinta-feira (12), os papéis da varejista despencaram 77%, após a renúncia de Sérgio Rial.
Além de Jorge Paulo Lemann, o segundo e terceiro homens mais ricos do país (Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, respectivamente) também perderam uma quantia milionária pelo mesmo motivo. Telles viu um recuo de US$ 173 milhões em sua fortuna de US$ 10,8 bilhões, enquanto Sicupira perdeu US$ 199 milhões, ficando com US$ 8,8 bilhões.
Os três, conforme o G1, são sócios na empresa de investimentos 3G Capital e, por meio dela, investem na Americanas e em outras empresas. Antes disso, eles eram controladores da varejista, mas abriram mão do posto na reorganização societária da empresa, que agora é controlada pela B2W. As estimativas do mercado apontam que, juntos, o trio tem uma participação de cerca de 29% na Americanas, o que explica a forte queda em seus patrimônios com a desvalorização das ações.
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