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Simone Tebet afirma que Bolsonaro não tem força popular; confira

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Senadora Simone Tebet é pré-candidata do MDB à presidência da República  |   Bnews - Divulgação Foto: Jefferson Rudy/Ag. Senado

Publicado em 12/06/2022, às 13h55   Danielle Brant e Renato Machado/Folhapress


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Pré-candidata do MDB e da terceira via à Presidência da República, a senadora Simone Tebet afirma que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não tem a força necessária para dar um golpe caso perca as eleições e diz que as divergências dentro do próprio partido em torno de seu nome são normais.

Em entrevista à Folha no sábado (11), dois dias depois de ter obtido aval da cúpula do PSDB para aliança, ela reconheceu ainda que não seria o nome do MDB para a disputa presidencial se os principais caciques do partido estivessem unidos para fazer a escolha.

"Estamos vivendo um momento em que a democracia está sob ataque, diante de uma análise muito clara, mas o Brasil soube se armar contra esses ataques nos últimos três anos", declara Tebet.

"O presidente não tem mais a força… Porque você não tem golpe, não tem ataque à democracia sem povo na rua. Você não vai ter povo na rua brigando por outro resultado que não o resultado do dia das eleições. Não há ataque à democracia sem povo, quando as instituições estão fortes. Então, eu não me preocupo", disse Tebet.

Bolsonaro promove diversos ataques ao sistema eleitoral brasileiro e insinuações golpistas sobre o pleito deste ano. O mandatário alega que aceitará o resultado se eleições forem limpas, ao mesmo tempo em que semeia dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas.

Tebet foi escolhida a candidata da terceira via numa aliança que também envolve o PSDB e o Cidadania. Embora tenha sido indicada candidata pela cúpula do MDB, ela ainda enfrenta resistências em diferentes estados, onde os dirigentes se dividem entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"É uma construção [a minha candidatura]. Se fosse uma candidatura uníssona [no MDB], unânime, absoluta, não seria eu a candidata. Eu não tenho dúvida disso", diz.

Pelos termos da aliança em construção, o vice na chapa de Simone deve ser indicado pelo PSDB.

A senadora evita entrar no mérito de suas preferências para o posto. Apenas adianta que seria uma "honra" ter como companheiro de chapa o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que vem sendo apontado como favorito pela cúpula dos dois partidos.

Afirma ainda que tem poder de veto ao nome do seu vice, mas que se sente "muito confortável" em deixar a escolha para os presidentes dos partidos.

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A senadora por Mato Grosso do Sul também rebate as críticas de que evita tomar posição em relação a temas polêmicos. Adversários de sua candidatura apontam que ela fica em cima do muro e procura não se comprometer em temas espinhosos.

A parlamentar responde que essa visão vem sendo divulgada justamente como uma forma de desacreditá-la, em um momento de confirmação de seu nome na corrida eleitoral.

"O Brasil é muito mais complexo do que um sim ou não. Se alguém espera um sim ou não da minha parte, vai cair do cavalo", diz. "Eu sou contra o aborto, salvo nos casos previstos na Constituição. Agora, como democrata que sou, vou dizer que não aceito que o Congresso Nacional discuta essa questão? Como assim?", questiona.

"Eu sou a favor de privatização, mas sou contra a privatização da Petrobras. Por isso sou em cima do muro?", afirmou a senadora. "Então não tem sentido. Eu não tenho respostas prontas para um Brasil tão complexo. Ninguém tem. E quem acha que é oito ou 80 está levando o Brasil para a mesma radicalização que condena".

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