Geral
Publicado em 19/03/2022, às 14h10 Juliana Barbosa
Um golpe numa rede social está causando muito aborrecimento além de prejuízos a diversos usuários. Uma das vítimas foi a assistente social Clarissa Rocha, 33 anos, que teve seu instagram hackeado. Os criminosos usaram a conta da assistente social para anunciar venda de imóveis e eletrodomésticos para um amigo que estava de mudança.
Sem imaginar que se tratava de uma falsa oferta, seguidores entraram em contato com o hacker. Dois amigos cairam na farsa e tiveram prejuízos de R$300 a 500 reais na tentativa de comprar geladeira, sofá e aparelho celular com preços abaixo do mercado. Mas, o irmão da assistente social estranhou as postagens e chegou a fazer um pix de um centavo assim que desconfiou do golpe:
A assistente social explica: "Foi no mês de novembro e depois de 15 dias ainda postaram novamente. Até pessoas diferentes pagaram, inclusive gente que eu não conhecia, pois os valores estavam muito baixos e pessoas foram compartilhando com outras... teve gente que ia pegar empréstimo e pagar por todos os itens, mas graças a Deus viram por outras redes sociais meu desespero em avisar que era golpe"
"O mais inacreditável foi que mandaram o número de um CPF e um endereço, no Rio Vermelho para que as pesssoas pudessem olhar os móveis. Mas, pode ser um laranja", diz Clarissa.
A assistente social explica que chegou a registrar um Boletim de Ocorrência mas, ainda não teve resposta. "Também tentei contato com o instagram, tentei recuperar a conta mandando vídeos meus pra provar que minha identidade mas, sem retorno.", finaliza.
Quem caiu no golpe e transferiu dinheiro ou fez pix, foi cobrar de Clarissa: "Depois que falaram comigo no whatsapp, ou me ligaram, depois de tudo feito... uma pessoa foi até minha casa porquê nao tinha o contato no whatsapp...
Em entrevista a Folha de São Paulo, Carlos Henrique Ruiz, titular da Delegacia de Investigações Sobre Fraudes Patrimoniais Praticadas por Meio Eletrônico de São Paulo, afirma que a nova modalidade de golpe tem sido cada vez mais recorrente, porém ainda é cedo para falar em números. Quem teve a conta hackeada ou transferiu dinheiro para o usuário deve fazer um boletim de ocorrência.
Ruiz diz que o acesso via Instagram se dá sobretudo por meio da fraude chamada SIM Swap, em que o golpista consegue clonar o número do celular da vítima, transferir para outro chip e, assim, recuperar senhas por meio de SMS dos aplicativos instalados.
Os alvos costumam ser perfis que têm muitos seguidores e deixam o número do celular aparente, como dentistas, médicos e cabeleireiros. "Isso acontece, muitas vezes, por meio de uma empresa terceirizada e o que acontece é que o verdadeiro dono fica sem a linha", explica o delegado.
Em seguida, o invasor obtém todas as senhas por SMS, em redes sociais e sites que para fazer o login contam com a opção esqueci a senha. "Ele começa a recuperar a senha de email, WhatsApp, Instagram. Se a pessoa não tiver o chamado ‘fator de dupla verificação’, o criminoso recupera a senha e consegue entrar."
Outra armadilha é um link em que a pessoa automaticamente é hackeada ou compartilha códigos de SMS para algum colega por mensagem —neste último caso, o criminoso pede que um seguidor lhe transfira um código SMS com a desculpa de que não está conseguindo recebê-lo no seu próprio aparelho.
De acordo com a Folha de São Paulo, relatos de vítimas e boletins de ocorrência apontam que criminosos recorrem a uma tática semelhante. Eles atraem os seguidores com stories em que relatam que um amigo ou parente está vendendo móveis, eletrônicos e eletrodomésticos porque está de mudança ou dizem que um conhecido está passando por um problema de saúde e precisa de ajuda.
Os itens que supostamente estão à venda sempre são muito mais em conta do que os de sites oficiais.
Ruiz diz que o acesso via Instagram se dá sobretudo por meio da fraude chamada SIM Swap, em que o golpista consegue clonar o número do celular da vítima, transferir para outro chip e, assim, recuperar senhas por meio de SMS dos aplicativos instalados.
Os alvos costumam ser perfis que têm muitos seguidores e deixam o número do celular aparente, como dentistas, médicos e cabeleireiros. "Isso acontece, muitas vezes, por meio de uma empresa terceirizada e o que acontece é que o verdadeiro dono fica sem a linha", explica o delegado.
Em seguida, o invasor obtém todas as senhas por SMS, em redes sociais e sites que para fazer o login contam com a opção esqueci a senha. "Ele começa a recuperar a senha de email, WhatsApp, Instagram. Se a pessoa não tiver o chamado ‘fator de dupla verificação’, o criminoso recupera a senha e consegue entrar."
Recuperar o dinheiro ou congelar as contas hackeadas é muito difícil, uma vez que o pagamento é feito via Pix e os criminosos realizam o saque da quantia quase que automaticamente após aplicado o golpe.
Por isso, o delegado Carlos Henrique Ruiz recomenda que usuários se atentem às ferramentas de segurança da plataforma para evitar o golpe, como a instalação em duas etapas, com programa autenticador independente —desta forma, é recomendado baixar um aplicativo que realiza a autenticação caso o usuário entre na conta em outros aparelhos. Ele sugere ainda desvincular o número do celular do Instagram.
Ayran Caymmi, do início da matéria, ficou surpreso com a audácia e organização dos criminosos:
'Muito bem feito o sistema de roubo hackers, experientes..ainda roubaram meu Facebook..mas recuperei...os Hakers são de São Paulo..porque o face me deu a condição de ver o número de telefone que não era meu...aí cancelou e voltei a ter o face e troquei a senha. O intragram pode recuper minha página... basta comparar minhas fotos com biometria facial...tentei mais não completava o sistema dava falha."
Procurados pela Folha de São Paulo, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirma que os bancos buscam recuperar nas contas de destino os recursos transferidos sempre que acionados pelos clientes. "Caso comprovado o golpe e os recursos ainda não tenham sido sacados, devolvem os valores envolvidos para a conta de origem", informa a instituição.
O Instagram diz que a autenticação de dois fatores e solicitações de login, quando acionados, são capazes de barrar a invasão de contas. O aplicativo recomenda que usuários desconfiem de conteúdos que ofereçam produtos "com valor abaixo do preço de mercado e denunciem publicações e contas que consideram suspeitas".
A rede acrescenta que usuários não devem compartilhar links ou códigos de acesso recebidos do Instagram por SMS ou WhatsApp. Ao ser perguntada se pretende desenvolver alguma nova ferramenta para evitar o golpe das ofertas falsas, a empresa diz que "manter nossa comunidade segura é uma das nossas prioridades e uma área em que buscamos melhorar constantemente."
Leia também: Novo recurso do Instagram ainda não acaba com 'era dos fakes'; entenda como funciona
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