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Eleições OAB-BA: Dinailton reclama do abuso de poder e minimiza atuação de adversárias; Veja o Fato e Opinião

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Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 19/11/2021, às 08h15   Victor Pinto e Lucas Pacheco


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Seguindo com a rodada de entrevistas com os candidatos à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil seção Bahia (OAB-BA), na cobertura especial do pleito, o programa ‘Fato e Opinião’, da BNewsTV, conversou com o advogado Dinailton Oliveira, que encabeça a chapa ‘OAB pra Valer’ e já presidiu a entidade de 2004 a 2006. 

No bate-papo com o jornalista e editor do BNews, Victor Pinto, Dinailton afirmou que foi conclamado pelos colegas de profissão a concorrer ao comando da OAB-BA. Ele também comentou algumas propostas e criticou suas adversárias e o atual grupo que comanda a seccional. 

Sou advogado militante, eu sempre ressalto isso. Porque eu sou o primeiro advogado na família, tenho uma história na advocacia da Bahia e conheço os problemas por ter sido, inclusive, presidente de 2004 a 2006. E os colegas aqui da Bahia me conclamaram para mais uma vez buscar a direção da nossa Ordem, para que nós retomemos a luta pela melhor estruturação do Poder Judiciário. Isso nós fizemos lá em 2004. (...) Infelizmente, a realidade depois de 15 anos é até pior”. 

Dinailton Oliveira também afirmou está havendo uma forte influência de poder econômico no pleito. “O poder econômico está influenciando nessas eleições como nunca teve. Nós estamos vendo as duas candidatas, que pra mim oposicionistas, com comitês parecendo que é de disputa de presidente da república ou de governador”.

Questionado sobre quais seriam os interesses dessa forte influência, segundo ele, de poder econômico, o advogado destacou o interesse político. 

“A Ordem ela transcende essa defesa da advocacia como um todo. Ela também é um instrumento da própria sociedade, para defender a sociedade naquilo que é de mais valor, inclusive, para a sociedade. Então, esse interesse político, aí você sabe muito bem que o interesse político caminha ao lado do interesse econômico. A Ordem, nesses últimos anos, você ver que não tem uma ação, uma sequer em favor da advocacia e nem da sociedade (...), a Ordem silente a tudo. Então, o interesse econômico vem daí”. 

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Durante a entrevista, Dinailton oliveira pontuou que a OAB-BA possui uma taxa de inadimplência superior a 70%. Neste contexto, ele foi enfático ao dizer que é preciso fazer uma revisão da anuidade e criticou uma suposta falta de atuação da entidade durante a pandemia neste sentido.

“A anuidade nós temos que revê-la. Nós temos informações que a Ordem 2020 teve uma despesa ordinária de R$ 21 milhões. É muito dinheiro. Porque à época de 2004 nós tínhamos basicamente a mesma estrutura que a Ordem tem hoje e nós administramos com menos de R$ 3 milhões. Então, eu acredito que nós devemos fazer essa revisão de anuidades porque acredito que a anuidade tem que representar tão somente as despesas necessárias para que a Ordem exerça o seu grande papel junto à advocacia e junto à sociedade".

"Agora, por outro lado, eu acredito que nesses últimos 15 anos a gente constata uma falta de atuação da Ordem em todos os sentidos e por isso mesmo nós temos essa inadimplência de 72% dos advogados inscritos na nossa OAB. Não ver uma ação sequer principalmente nesse período de pandemia para que os advogados pudessem, ao exercer a sua atividade, dali tirar o seu sustento”, completou. 

O candidato também comentou o porque não acompanhou esse movimento de mudança com diversas candidaturas femininas e não apoiou uma das candidatas que disputam com ele e nem lançou uma advogada liderando seu grupo.

“Pra mim seria uma grande satisfação elegermos uma colega advogada. Até mesmo pra que nós tenhamos ou pudéssemos ter uma presidente mulher na Ordem. Agora, nós temos que verificar o que é que elas representam, qual o pensar dessas mulheres também. Porque muitas vezes você ver, aqui no Tribunal de Justiça nós tivemos mulheres presidentes, nós tivemos e temos mulheres desembargadoras e veja quantas mulheres também foram afastadas por não cumprirem o que determina a lei. Muito pelo contrário. Elas estavam ali obtendo vantagens”. 

Ele criticou duramente as suas adversárias Ana Patrícia Dantas Leão e Daniela Borges. “As duas candidatas que se apresentam, que pra mim são situacionistas as duas, uma é atual vice-presidente, a outra é atual conselheira federal, que já foi tesoureira também desse mesmo grupo, a Dra Ana Patrícia foi vice-presidente também no outro mandato. Então seis anos de mandato. Então, todas as declarações de ambas eram que as ações efetivas pela Ordem, não sei quais, mas eram as ações que traria, estava trazendo vantagens para os advogados. Eu acredito que elas estavam dizendo vantagens para aquele grupo delas. (...) Essas duas colegas, a história delas como representantes da Ordem é a história desse grupo que está há 15 anos e veja o que aconteceu com a advocacia aqui na Bahia. Um empobrecimento estrondoso, um Judiciário que não funciona”. 

E completou: “Se tivesse uma mulher guerreira, que tivesse outra postura, eu não estaria sendo candidato. (...) Ana Patrícia se dizendo oposição, mas oposição a que? Oposição tão somente porque ela não foi escolhida a candidata? Oposição se ela passou os últimos dez anos, fazendo parte, dando declarações, inclusive, em favor desse grupo que está aí, que só quer obter vantagens pessoais?”

Confira a entrevista na íntegra:

Classificação Indicativa: Livre

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