Meio Ambiente

Lula vai participar de conferência sobre mudanças climáticas da ONU e deverá indicar o ministro do meio ambiente

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decisão foi bem recebida pelos ambientalistas, após quatro anos de reveses  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Rovena Rosa - Agência Brasil

Publicado em 01/11/2022, às 15h28   Cadastrado por Téo Mazzoni


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O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou que irá participar da conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a COP27, realizada durante os dias 6 e 18 de novembro no Egito. A decisão foi bem recebida pelos ambientalistas, após quatro anos de reveses. A tendência é de que o petista chegue à conferência na cidade de Sharm el-Sheik, primeiro grande evento internacional desde a vitória nas urnas no último domingo (30), com o nome do indicado para comandar o Ministério do Meio Ambiente em seu governo. 

O convite para a participação de Lula foi feito pelo governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB). Houve também contato do governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), que preside o Consórcio de Governadores da Amazônia Legal — grupo que reúne os nove líderes da região e terá pela primeira vez um estande no evento. Organizações da sociedade civil que terão um espaço próprio foram outro grupo que estendeu convites para o governo de transição.

Além do governador do Pará, o presidente também foi convidado a participar do evento pela Presidência do Egito, na segunda-feira (31). O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, irá à conferência, assim como Giorgia Meloni, nova premier italiana, e o presidente da França, Emmanuel Macron. Entretanto, não é possível confirmar se todos estarão simultaneamente no evento.

O evento vai contar com uma cúpula para os líderes durante os dois primeiros dias, mas o presidente Biden só irá comparecer na COP27 no dia 11, por exemplo. De acordo com informações obtidas pelo GLOBO, o petista deverá viajar para o Egito na segunda semana da conferência devido às questões logísticas, pois precisa organizar sua agenda com as dos governadores amazônicos, os cinco que confirmaram sua ida estarão lá simultaneamente entre os dias 14 e 15.

Os aliados de Lula acreditam que o nome do ministro do meio ambiente será apresentado ao mundo durante a COP27. Uma das cotadas para assumir a pasta é a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), que foi a ministra do Meio Ambiente durante os dois primeiros mandatos do petista. Ela vai comparecer na segunda semana da conferência.

Algumas lideranças petistas afirmam que seria mais provável que Marina seja indicada para comandar a Autoridade Climática, instituição que irá coordenar a ação de vários ministérios na questão ambiental. A criação da autoridade foi uma das propostas apresentadas pela líder da Rede a Lula como condicionante para que ela declarasse apoio ao petista.

Os ambientalistas receberam com bons olhos a decisão de Lula, pois eles acreditam que o movimento é um bom cartão de visitas petista, como um sinal de que as sinalizações petistas para a pauta ambiental não são palavras ao vento: entre 2004 e 2012, anos em que Lula e Dilma Rousseff estiveram no Palácio do Planalto, o desmate na Floresta Amazônica caiu 80%. Nos três primeiros anos de Bolsonaro, subiu 73%. 

"O fato do Lula ir para a COP é uma demonstração da importância do tema climático para o governo petista e para retirar o Brasil da posição de pária" disse ao GLOBO Ana Toni, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade

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