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Senadores farão diligência em SE para acompanhar investigações da morte de Genivaldo

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Genivaldo de Jesus Santos foi asfixiado em viatura da Polícia Rodoviária Federal  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 01/06/2022, às 12h53   Folhapress


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Um grupo de senadores vai realizar uma diligência no estado de Sergipe para acompanhar as medidas adotadas pelas autoridades locais em relação à morte de Genivaldo de Jesus Santos, asfixiado em uma viatura da Polícia Rodoviária Federal.

Os senadores membros da Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovaram nesta quarta-feira (1º) requerimento que prevê a ida dos senadores às cidades de Aracaju e Umbaúba, onde ocorreu a morte, nos dias 14 e 15 deste mês.

"O uso da força policial deve se pautar, principalmente, pelos princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência. As imagens da crueldade cometida por aqueles agentes nos mostram que as ações por eles adotadas em nada correspondem com os dispositivos legais que regulam o uso da força pelos agentes de segurança pública; aquelas imagens absurdas nos demonstram uma abordagem carregada de crueldade, que nos leva a um passado sombrio", afirma o requerimento do presidente da comissão, senador Humberto Costa (PT-PE).

Ainda não foi definido quais senadores vão participar da diligência. Costa afirmou que iria convidar em particular os parlamentares do estado de Sergipe, como Rogério Carvalho (PT), Alessandro Vieira (PSDB) e Maria do Carmo Alves (PP).

Durante a sessão, o parlamentar ainda criticou a política de segurança do governo Jair Bolsonaro (PL). Afirmou que a Polícia Rodoviária Federal sempre se caracterizou por ser uma polícia técnica, atuando com eficiência dentro dos limites das suas atribuições constitucionais. A postura mudou, argumenta, no atual governo.

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Genivaldo foi morto na última quarta-feira (25) por policiais que soltaram uma bomba de gás dentro do porta-malas da viatura em que foi colocado. Ele era esquizofrênico. As cenas geraram forte comoção e críticas pela violência empregada na abordagem.

A direção da PRF criou uma comissão interventora para investigar o caso, que foi tratado como uma "conduta isolada".

Nesta terça-feira (31), o governo Bolsonaro publicou a exoneração de dois integrantes da cúpula da PRF, Jean Coelho, diretor-executivo da corporação, e Allan da Mota Rebello, diretor de inteligência.

As saídas foram publicadas no Diário Oficial da União e ocorrem na esteira do desgaste com o caso Genivaldo de Jesus Santos e da operação em uma comunidade do Rio de Janeiro, em que ao menos 23 pessoas morreram.

Integrantes da PRF e do Ministério da Justiça e Segurança Pública, contudo, dizem que as dispensas estavam previstas havia mais de um mês.

Os dois diretores farão um curso de dois anos no Colégio Interamericano de Defesa, em Washington, nos Estados Unidos. O envio de Allan Rebello e Jean Coelho foi oficializado em portaria publicada no Diário Oficial da União em 17 de maio.

Na mesma sessão da Comissão de Direitos Humanos, os senadores aprovaram outros requerimentos para a realização de um ciclo de diligências para apurar casos de violência policial e também de violência política.

Em relação à violência política, o requerimento menciona o caso da ex-deputada Manuela D'Ávila (PC do B-RS), que desistiu de se lançar por uma vaga ao Senado nas próximas eleições por causa do conjunto de ameaças e intimidações que ela e sua família estariam sofrendo.

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