Política

Conservadorismo da Sefaz trava vinda de empresas para Bahia, diz James Correia

Publicado em 04/05/2015, às 07h46   Redação Bocão News (@bocãonews)


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O ex-secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, James Correia, afirmou em entrevista ao jornal A Tarde publicada nesta segunda-feira (4), que a atuação da Secretaria Estadual Fazenda (Sefaz) tem dificultado a política de atração de investimentos para o Estado.

“Não podemos ser muito conservadores, temos que ser responsáveis. Não podemos atrapalhar as empresas que querem vir para a Bahia. Temos aquelas regras, que estão na nossa legislação, e tudo que estiver sendo pleiteado dentro daquela perspectiva tem que ser atendido. Quando eu falo em conservadorismo é o que houve no final do ano passado, que para a gente assinar um simples protocolo na [Secretaria da] Fazenda, demoramos mais que o tempo de fazer uma licença ambiental. Então, é uma situação que preocupa em tempo de crise, em que precisamos ser ágeis para atrair o máximo de empresas”, afirmou.

Correia, que deixou o cargo há uma semana depois de seis anos à frente da pasta informou que a JAC Motors e a Foton, a montadora chinês de caminhões podem não vir  mais para a Bahia.

“Acho que tanto no caso da Jac Motors como da Foton, dois projetos importantes para o setor automotivo baiano, houve um conservadorismo muito grande. Nós estamos entrando em uma fase [de crise econômica] que é preciso ter muito cuidado com uma atuação muito conservadora da Secretaria da Fazenda, que coordena o conselho da Desenbahia”.

De acordo com o ex-secretário, a política da Sefaz travou também outros projetos de atração de investimentos para o Estado.

“O governador precisa ter um pouco de cuidado para preservar o equilíbrio entre o desenvolvimento e a Fazenda. Precisamos atrair o máximo possível de empresas, que só vão ter no futuro algum impacto sobre a arrecadação, ou seja, vão deixar de pagar aquilo que supostamente pagariam. Então, esse conservadorismo dificultou a solução da Foton e da JAC e tem dificultado outras empresas de se instalarem no estado”.

James Correia anunciou a sua saída após perder uma quebra de braço com o vice-governador João Leão (PP), que disputou as indicações das diretorias técnicas da Sudic, órgão ligado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

“A política de alianças já tinha colocado o PP na presidência e na diretoria financeira da Sudic. Ao longo do governo do PT na Bahia a distribuição de cargos privilegiou o equilíbrio entre o partido que estava assumindo e a manutenção da parte técnica dessas empresas. Em um primeiro momento, o governador acatou, reviu inclusive a substituição. Depois me colocou que havia um compromisso anterior (com o PP) e que seria necessário fazer a substituição de um diretor, o que, acredito, deve acontecer”, afirmou.

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