Política

Briga entre construtoras pode ter motivado auditoria do TCU em obra dos Correios

Publicado em 02/02/2016, às 12h38   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Em conversa com o Bocão News, na manhã desta terça-feira (2), a vice-presidente de Serviços dos Correios, Andrea Mendonça, esclareceu o fato de o contrato firmado sem licitação pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) para instalação e funcionamento de um Centro de Cartas e Encomendas da região metropolitana de Salvador, pelo período de 15 anos, no valor de R$ 161.981.224,20, está sendo questionado.
Na segunda-feira (1º), o Bocão News publicou que a construção que já está na mira do Ministério Público Federal na Bahia, agora é alvo do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria-Geral da União (CGU). “Eu só pedi auditoria. Um acompanhamento. Não tem nada demais. Quero que fique claro todos os procedimentos licitatórios, se está tudo em conformidade com as normas da construção, principalmente porque o valor do aluguel é alto e tem que estar em conformidade com o mercado. Pedi opinião desses órgãos, nada demais”, contou a vice-presidente. Ela ainda ressaltou que foi solicitado também auditoria de contrato semelhante firmado em Recife.
Ainda segundo informações obtidas pela reportagem, a construtora da família da ex-secretária municipal, Construtora MRM, teria uma desavença histórica com outro grupo de empreiteiros da Bahia, o Andrade e Mendonça. E entre os contratos está esse grupo que os Correios resolveram rever após a chegada da irmã do deputado Felix Mendonça (PDT): “essa solicitação não tem outro objetivo a não ser o bem público. Antes da gente pensar em qualquer fator temos que realinhar e enxugar nossos custos. Realinhar e reequilibrar esses contratos. Se está tudo correto não tem o que temer”.
Por fim, a vice presidente ressalta que todos os processos de locação de imóveis com infraestrutura sob medida (Build To Suit - BTS) no país passarão pelo mesmo procedimento: “estou cumprindo meu dever. Todos os BTS serão avaliados, mesmo os que foram entregues vamos tentar negociar os preços dos alugueis”.
No ano passado, a assessoria dos Correios informou para reportagem que "o contrato sem licitação foi um processo de locação de imóveis com infraestrutura sob medida, e que não houve investimento direto por parte dos Correios, mas tão somente o pagamento de valor de locação, amparado em laudo de avaliação, após a entrega e o aceite do imóvel". Desta forma, aponta que não houve escolha de empresa e sim de imóvel.  "Na prospecção de mercado, outros imóveis foram ofertados, no entanto, nenhum deles atendia a todos os critérios técnicos e funcionais estabelecidos pelos Correios", diz trecho da nota.
No local, as obras seguem a todo vapor. Questionada nesta segunda-feira, a assessoria da Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom) que concedeu "alvará de construção" para obra afirmou que a “tudo segue regularizado”.

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