Política

Ligado a João Leão, prefeito de Itaberaba descarta candidatura a deputado em 2022: "vou deixar esse sonho mais para frente"

Divulgação
Ricardo Mascarenhas foi reeleito em 2020  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 23/07/2021, às 16h13   João Brandão* e Marcio Smith


FacebookTwitterWhatsApp

Ricardo Mascarenhas (PP), prefeito de Itaberaba, descartou abandonar o Executivo municipal para construir sua candidatura a deputado no pleito de 2022. Próximo ao vice-governador João Leão (PP), Mascarenhas foi reeleito em 2020 ao superar João Filho (PL), seu tio, na eleição.

"Tenho o desejo sim de ser candidato a deputado um dia. Acho que a nossa região necessita de um deputado. Nesse momento eu tenho o desejo de concluir tudo que prometi para população em 2020. Itaberaba tem uma média de 70 mil pessoas, a região de 400 mil pessoas, e a gente não tem um representante chapadeiro. Acredito que vou deixar esse sonho um pouco mais para frente, concluir o mandato e pensar nesse sonho", afirmou o pepista ao BNews, durante a inauguração de uma polliclínica regional na cidade, nesta sexta-feira (23)

O pepista teve seu nome cotado para representar o PP na presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB), contudo, o escolhido foi Zé Cocá, prefeito eleito de Jequié.

Buscando alinhar a composição para chapa majoritária em 2022, os partidos da base do governador Rui Costa (PT) estão ventilando nomes para compor a chapa com o senador Jaques Wagner (PT), virtual pré-candidato ao Palácio de Ondina. Apesar da vontade de alçar o vice-governador João Leão ao governo do Estado, o PP tem trabalhado com nomes para integrar a chapa com o senador petista.

Dentre os nomes cogitados dentro da legenda esão: o deputado federal Ronaldo Carletto; o deputado estadual Niltinho; e Ricardo Mascarenhas. O prefeito de Itaberaba e o parlamentar da AL-BA despontam como nomes para rejuvesncer a chaoa com Wagner, pois Carletto, que tem articulado nos bastidores, terá 62 anos de idade em 2022.

Alianças do PP

O vice-presidente nacional da legenda João Leão voltou a negar que ocorram conversas para filiação de Bolsonaro. Sem partido desde que deixou o PSL, o presidente ainda não decidiu a qual partido irá se filiar para  disputar o pleito em 2022 e o PP é apontado como possível destino.

Ao ser questionado pela imprensa sobre o assunto, Leão garantiu não ter conhecimento de conversas sobre o ingresso do presidente no partido. Ainda relacionado ao PP e o governo Bolsonaro, o pepista destacou que o senador Ciro Nogueira o ligou para discutir sobre o convite para Casa Civil.

"O senador Ciro Nogueira me ligou, perguntando minha opinião sobre assumir a Casa Civil, eu disse que isso era uma coisa íntima dele. Ele decidiu por assumir, vamos tocar o barco para ver o que acontece", complementou. 

Filho de João Leão, o deputado federal Cacá Leão (PP-BA) reafirmou que uma eventual filiação do presidente não foi discutida na legenda. "Primeiro que não trabalho ainda com essa hipótese, possibilidade de o presidente Bolsonaro se filiar ao PP, isso ainda não foi cogitado, não foi discutido", declarou o parlamentar. 

O deputado estadual Niltinho (PP) avaliou que o partido assumir um ministério na gestão Bolsonaro não implica em mudança na relação da legenda com o PT baiano. "O histórico do PP mostra que o partido dá liberdade para que cada Estado seja definido à conjuntura - ou que já está ou, é lógico, se remodelar. Não vejo sentido nessa preocupação neste momento [...] Acho prematuro imaginar que nesse momento o PP irá fazer qualquer mudança, ainda mais quando você está em um ambiente onde há harmonia, em ambiente no qual o grupo sempre marchou unido nos últimos anos conquistando diversas vitórias", afirmou Niltinho.

O senador Jaques Wagner avaliou que a costura nacional do PP não interfere na relação do partido na Bahia. Wagner destacou que a perspectiva é de que o PT consiga manter a sua base de apoio, e reforça que é preciso aguardar até 2022 para ver como o PP vai se comportar: se vai fechar o apoio a Bolsonaro ou dar "liberdade" aos correligionários.

Aliado do PT baiano, o deputado federal Marcelo Nilo (PSB) afirmou acreditar que Bolsonaro deve se filiar ao PP para disputar a reeleição em 2022. Experiente na vida política, Nilo avaliou que o jogo eleitoral na Bahia só terá início de fato quando o PP definir o que fazer.

"Acho que nosso candidato ao Senado será Otto [Alencar, do PSD] e nosso governador Jaques Wagner (PT). A vice vai depender do PP. Bolsonaro, Ciro Nogueira, permitiriam que o PP apoiasse Lula?", indagou o pessebista. 

Questionado sobre a possibilidade de pleitear a vice na chapa pelo governo Estadual, Nilo ponderou que, em caso de desembarque do PP, o PSB teria preferência. Nesse contexto, o nome dele ou da também deputada Lídice da Mata, presidente estadual da legenda, seriam cotados.

A deputado federal indicou que o caminho mais justo para acomodar todos da base seria resguardar a candidatura à presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) ao partido que não compor a chapa majoritária.

"Acho que o PSB pode significar um acréscimo de valor à chapa, sim, mas não estamos preocupados nem discutindo isso, não acho que devemos fazer campanha para ser vice. Nossa estratégia está sendo montada para reeleger deputados e crescer [...] se o PSB não está na chapa majoritária, defendemos que na primeira eleição o partido seja proritariamente a ser apoiado", afirmou.

Política local

Questionado sobre o poder da sua família no município, Mascarenhas destacou que a população sabe discernir que existem projetos diferentes dentro da família. "São modelos diferentes, que a população sabe discernir. As pessoas hoje não olham o partido, a família, e sim o respeito do político pela sociedade", complementou.

Inauguração da policlínica

Ricardo Mascarenhas destacou a importância da inauguração de uma policlínica na cidade. "As pessoas saiam daqui para ir fazer um exame fora, é um orgulho muito grande trazer esse equipamento junto com o governador e com a união dos prefeitos da região", afirmou o pepista. 

Com investimento de cerca de R$ 29,2 milhões, entre obras, equipamentos e veículos para transporte dos pacientes, a unidade oferecerá serviços ambulatoriais especializados e exames de alta complexidade a uma população estimada em 402.872 habitantes de 23 municípios. O governo da Bahia irá arcar com 40% dos custos para o funcionamento da policlínica e os outros 60% são divididos entre os municípios consorciados, proporcionalmente à população de cada um. 

"É orgulho, não só para cidade de Itaberaba, é para toda Chapada Diamantina. Um equipamento dessa magnitude, uma policlínica com 20 especialidades, centenas de exames", complementou Mascarenhas.

*O repórter viajou para Itaberaba a convite do Governo do Estado

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp