Política
Publicado em 07/08/2021, às 13h00 Henrique Brinco
O líder de governo da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Rosemberg Pinto (PT), se manifestou pela primeira vez sobre episódio de agressão envolvendo o secretário de Saúde da Bahia, Fabio Vilas-Boas, contra a chef de cozinha Angeluci Figueiredo. A manifestação, realizada na manhã deste sábado (7) por meio do Instagram, acontece quase uma semana após o estouro do caso.
"O episódio que envolveu o ex-secretário Fábio Vilas-Boas deixou sequelas para todos os lados, mas não podemos deixar de reconhecer o seu papel preponderante e o seu protagonismo na implantação de importantes políticas de saúde do governo Rui Costa, como a interiorização e, consequentemente, o fortalecimento da rede do Sistema Único de Saúde em todo o estado, o que tem garantido mais qualidade de vida aos baianos; sem esquecermos das Policlínicas Regionais implantadas e dos hospitais construídos e entregues em Salvador e no interior", escreveu.
Ainda na postagem, Rosemberg disse que visitou Fábio. "Ontem fiz uma visita a Fábio. Me disse que lamenta muito o ocorrido, mas tem a certeza do papel que desempenhou na defesa dos interesses da sociedade baiana. Inclusive já recebeu convites para atuar no seguimento empresarial da Saúde, mas disse que ficou muito entusiasmado com a gestão pública da saúde. Boa sorte, amigo!", completou.
Fábio deixou o cargo na última terça-feira (3) após entregar uma carta de exoneração ao governador Rui Costa (PT). O secretário registrou no Twitter sua saída do governo. "Entreguei, agora à tarde, minha carta com pedido de exoneração do cargo de secretário estadual de Saúde, que ocupava desde janeiro de 2015. A solicitação foi aceita pelo governador Rui Costa".
O caso
Após a repercussão do caso, o secretário publicou um pedido de desculpas através do Twitter. “Por mais cuidadosos que sejamos, ao longo da vida cometemos erros que podem atingir as pessoas. Peço, portanto, desculpas à empresária e artista da gastronomia baiana, a Chef Angeluci Figueiredo, pelos comentários inadequados no último domingo (1), em circunstâncias injustificáveis, enviados por mensagem privada. Tendo reservado um almoço especial com os familiares e amigos do exterior com a devida antecedência de 48h, uma enorme frustração momentânea me levou, tomado de emoção, a dizer o que disse. Conto com o perdão de todos que se sentiram ofendidos, pois sempre pautei minha vida na verdade, honestidade e acolhimento”, publicou.
Em nota, a empresária Angeluci Figueiredo justificou que “o restaurante Preta foi fechado por forças das circunstâncias climáticas e pediu que o secretário refletisse “sobre a gravidade das duas palavras e sobre a inadequação e a vulgaridade delas” [...] “O secretário, um médico bem sucedido, empresário, agropecuarista, homem branco, de família tradicional, etc, etc, alimentando a cultura da intolerância e dos tais privilégios ditos brancos, ofendendo moralmente uma mulher negra, chamando-a diretamente de vagabunda, e por quê? Pelo fato de razões climáticas terem lhe impedido um domingo de bem estar num restaurante localizado numa ilha sujeita a intempéries, como qualquer local no meio do mar”, disse.
O fato gerou grande repercussão no meio político. Deputados, vereadores, prefeitas, e representantes de entidades sociais reagiram às declarações consideradas como “machista e misógina”. Conforme informações apuradas pelo BNews, a alta cúpula do governo da Bahia pressiona Fábio Vilas-Boas, para que peça exoneração do cargo devido ao desgaste imposto ao governo Rui Costa na véspera de ano eleitoral.
Em nota enviada ao BNews, a Secom do governo estadual disse que “o governo da Bahia afirma lamentar o episódio, considera inadmissível qualquer agressão e manifesta total solidariedade à empresária Angeluci Figueiredo e a todas as mulheres”.
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