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Deputados baianos reagem ao recuo de Bolsonaro: "Não dá para confiar"

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Oposição comentou nota do presidente; aliados ainda não se pronunciaram  |   Bnews - Divulgação Arquivo

Publicado em 09/09/2021, às 18h23   Henrique Brinco


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Políticos baianos de oposição reagiram nas redes sociais à nota divulgada por Jair Bolsonaro, no início da noite desta quinta-feira (9). No texto, o presidente recua e prega respeito às instituições. A declaração, escrita pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), foi divulgada em meio a escalada de tensão política no país após os atos bolsonaristas de Sete de Setembro.

O deputado federal Otto Alencar Filho (PSD) declarou que "o Brasil precisa de estabilidade política e recuperação econômica, principalmente para melhorar a vida dos mais afetados pelas bravatas do presidente". "O STF e o Congresso venceram mais uma batalha e preservaram a democracia pelo bem da nossa Nação", postou no Twitter.

Para Alice Portugal (PCdoB), o presidente traiu a própria base. "Depois das ameaças golpistas ao STF, Bolsonaro divulga nota afirmando que nunca teve intenção de agredir quaisquer dos Poderes e que suas palavras decorreram do 'calor do momento'. Bolsonaro é traidor da sua própria base. O impeachment se torna cada vez mais urgente!", alfinetou a deputada federal na rede social.

O deputado Valmir Assunção (PT) subiu o tom e disse que "o resultado do encontro de 2 golpistas foi uma nota vexatória de Bolsonaro e um telefonema para Alexandre de Moraes". "Ninguém melhor para explicar os caminhos de um golpe que Michel Temer! As manifestações do genocida no dia 7 continuam CRIMINOSAS!", escreveu com a hashtag "#ImpeachmentBolsonaroUrgente".

Já a deputada Lídice da Mata (PSB) declarou que "não dá para confiar um milímetro na palavra de um presidente que é um mentiroso contumaz e que trama golpes a todo o momento". "Ele percebeu que já não tem apoio popular, salvo de uma bolha que reúne pessoas que vivem fora da realidade", apontou.

A ex-bolsonarista Dayane Pimentel (PSL) escreveu, em suas palavras, que "o ignóbil [Bolsonaro] sabe que perderá a eleição em 2022". "A carta, que Temer escreveu e ele assinou, é uma tentativa de diminuir os anos na prisão? Continuaremos fazendo a nossa parte, mas há um ditado que é certeiro: 'O mal por si mesmo se destrói'.", postou.

Em contrapartida, os deputados aliados de Bolsonaro na Bahia ainda não se manifestaram sobre o assunto até a publicação desta nota.

A divulgação da declaração foi um conselho de Temer a Bolsonaro. Na manhã desta quinta, o chefe do Palácio do Planalto mandou um avião para São Paulo, a fim de buscar o ex-presidente para um almoço no qual discutiram a crise institucional. O presidente também falou por telefone com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Na nota, Bolsonaro credita a crise institucional a "discordâncias" em relação a decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mas afirma que "essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal".

Segundo o texto, "as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de 'esticar a corda', a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia".

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