'A exaustão [no trabalho] é uma realidade depois dos governos de Temer e do inelegível Bolsonaro', dispara Alice Portugal

A deputada federal Alice Portugal (PC do B) é coautora da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pede o fim da escala 6x1. No Farol da Barra, onde houve manifestação a favor da proposta, Alice comentou sobre o projeto.

"Dizer que eu sou signatária e coautora, ao lado de Erika, dessa nova roupagem de uma antiga bandeira. A bandeira da redução da jornada de trabalho sem redução de salário. Porque a exaustão é uma realidade especialmente depois dos governos de Temer e do inelegível Bolsonaro, onde as regras do trabalho foram deformadas. Carteira de trabalho verde e amarela, fim de direitos, tentativa de ataque ao FGTS e, sem dúvida alguma, o home office sem regulamentação, fim do direito de greve para várias categorias, com judicialização para eliminar", disse.

A parlamentar acredita que a injustiça crescente e o cansaço fez com que a sociedade aderisse a essa luta contra a jornada de seis dias de trabalho por apenas um de descanso. "E essa roupagem 6x1 contra 6x1, ela ganhou as redes sociais, furou a bolha e chegou aos ouvidos e aos corações dos trabalhadores, trazendo de volta que a principal questão na sociedade é, sem dúvida, essa luta de classes em relação a direitos, em relação a desenvolvimento também.Porque se você tem uma mão de obra que é bem remunerada, mesmo na dificuldade, dignamente remunerada, mas com seu descanso garantido, o rendimento é muito maior. Como nós vimos nos países que já experimentaram pelo menos a jornada 5x2, nós estamos votando 4x3, mas isso é o início do debate. Queremos debater só o fato de dar entrada na Câmara, que Erika foi a pioneira, eu sou coautora, mas é algo muito importante com adesão popular e agora vamos seguir o debate, discutir as especificidades, setor a setor, mostrar aos empresários que tem países que adotaram, que a produtividade aumentou. Então, é muito importante que todos venham a aderir a essa bandeira".

BALA PERDIDA

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Alice cutucou o prefeito Bruno Reis, que afirmou que a proposta não é uma prioridade da gestão.

"Olha, é óbvio, a prioridade desse tipo de gestão eu não vou nem nominar, porque a gestão deste grupo é uma gestão para o empresariado da área imobiliária, de equipamentos urbanos, de transporte. Eles não governam para as questões sociais. Aliás, é isso que nos separa. É um governo voltado para o mundo empresarial e o que nós defendemos que é a ideia de que prioridade é a sociedade, é a sua condição de vida, é diminuir o aperto do cinturão de pobreza que aperta Salvador. Então isso, a gente, é o que nos diferencia. Então a prioridade dele é botar aço inox falsificado que enferruja na beira da orla. A nossa prioridade é botar comida na mesa do povo é fazer com que as políticas públicas cheguem até aqueles que trabalham, que geram riqueza e que nada tem".

A deputada comentou sobre as explosões em Brasília. "Não há dúvida, os vestígios de bomba na casa onde o terrorista se alojava há quatro meses, a inscrição de batom no espelho da sua residência, tecendo loas a uma terrorista presa que depredou a estátua da justiça.Ele dizendo que batom para uma estátua que ele classifica não era o adequado, que o adequado era TNT. Então, ele tece loas ao 8 de janeiro, ele tem referências nas suas redes sociais, ao Olavo de Carvalho, ao falecido Enéas, que era um homem de extrema-direita, ao próprio Bolsonaro", concluiu.

Assista a entrevista completa com Alice Portugal: