Política

Filhos de Lira e de assessor alvo da PF intermediaram juntos negócios na Saúde

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
A dupla é representante de empresas de mídia que receberam R$ 6,5 milhões em campanhas publicitárias da pasta  |   Bnews - Divulgação Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Daniel Serrano

por Daniel Serrano

[email protected]

Publicado em 16/06/2023, às 09h36


FacebookTwitterWhatsApp

Os filhos do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e de seu ex-assessor Luciano Cavalcante, alvo de operação da Polícia Federal (PF), são representantes de empresas de mídia que receberam R$ 6,5 milhões em campanhas publicitárias do Ministério da Saúde. A informação é da Folha de São Paulo.

De acordo com a publicação, Arthur Lira Filho, de 23 anos, e Maria Cavalcante, de 25, são sócios da Omnia 360, empresa que negocia com agências de publicidade contratadas pelo governo a distribuição de campanhas para veículos de mídia.

Aberta em 2021, a empresa recebe parte do pagamento feito pelas agências contratadas pelo ministério. O montante é discutido entre a Omnia e o veículo representado. Os clientes da empresa receberam R$ 3,09 milhões por campanhas publicitárias da Saúde em 2021 e mais R$ 3,24 milhões em 2022. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, os mesmos veículos ganharam R$ 235 mil em 2023, segundo valores divulgados pelo Ministério da Saúde.

A pasta informou ainda que os pagamentos foram feitos a duas empresas representadas pela Omnia: a OPL Digital recebeu aproximadamente R$ 3,8 milhões, já a RZK Digital ganhou R$ 2,74 milhões.

Arthur Lira Filho esteve presente em pelo menos quatro reuniões para apresentar clientes ao setor responsável pela comunicação do Ministério da Saúde. Três das agendas foram realizadas em 2021. Já Maria Cavalcante esteve ao menos oito vezes na Saúde desde 2021.

Em nota, a empresa disse que “é uma representação de veículos de mídia como dezenas que atuam no mercado publicitário em Brasília” e afirmou que nem Lira nem Luciano Cavalcante interferem nos negócios.

Em nota, o presidente da Câmara disse que "não há nada de errado no desenvolvimento funcional da empresa do meu filho, e muito menos ingerência minha na sua atividade empresarial". O deputado disse ainda que nunca pediu a Lula troca no comando de ministérios.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp