Política

Investigação com suspeita de interferência de Bolsonaro chega a impasse; saiba mais

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Autos de caso com suspeita de interferência de Bolsonaro estão no STF  |   Bnews - Divulgação Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Publicado em 06/02/2023, às 07h04   Paula Saldaña/Folhapress


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As investigações da Polícia Federal contra Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação de Jair Bolsonaro (PL), estão paralisadas desde que houve suspeita de uma interferência do ex-presidente e de antigos membros da cúpula da corporação no caso.

Em 22 junho de 2022, Ribeiro chegou a ser preso pela PF a partir de acusações de que havia um balcão de negociações no MEC (Ministério da Educação) com a participação de pastores sem cargo no governo.

Também foram detidos os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, próximos de Bolsonaro; o ex-assessor do MEC Luciano de Freitas Musse e Helder Bartolomeu, genro de Arilton.

A suspeita de interferência veio à tona no dia seguinte ao da prisão. Desde então, nenhuma outra diligência, como novas oitivas, foi realizada dentro das investigações. Também não houve qualquer análise dos arquivos e extratos obtidos após quebras de sigilo telefônico e bancário dos investigados.

A Justiça autorizou em junho a quebra dos sigilos bancários do ex-ministro, de sua mulher, Myrian Pinheiro Ribeiro, e da filha e do genro do pastor Arilton. Empresas ligadas aos pastores e a Musse também tiveram os sigilos afastados.

Ribeiro é investigado pelas suspeitas de crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência, num caso que abalou o discurso anticorrupção de Bolsonaro. O ex-ministro deixou o governo em março de 2022, uma semana após a Folha revelar um áudio em que ele dizia priorizar demandas de um dos pastores a pedido de Bolsonaro.

Os pastores pediam dinheiro em troca de liberações de obras do MEC, de acordo com denúncias confirmadas por prefeitos. Houve relatos até de solicitação de barra de ouro para um gestor.

Em nota, o advogado Daniel Bialski, que defende Ribeiro, disse que seu cliente não cometeu qualquer ilicitude e que "aguarda o reconhecimento da inexistência de justa causa para a continuidade do inquérito".

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