Política

'Jacaré' é mais um a apontar esquema de rachadinha nos gabinetes da família Bolsonaro

A prática já havia sido revelada pelos ex-assessores Fabrício Queiroz e Marcelo Santos, e da irmã de Ana Cristina, Andréa Valle - Reprodução/Twitter
Rachadinha já tinha sido apontada por Fabrício Queiroz, Marcelo Santos e Andréa Valle  |   Bnews - Divulgação A prática já havia sido revelada pelos ex-assessores Fabrício Queiroz e Marcelo Santos, e da irmã de Ana Cristina, Andréa Valle - Reprodução/Twitter

Publicado em 22/01/2022, às 16h25   Redação BNews


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Conhecido como Jacaré, o ex-assessor da campanha de Jair Bolsonaro à presidência em 2018, Waldyr Ferraz, apareceu na imprensa com destaque em entrevista à revista Veja, como a quarta pessoa próxima ao clã Bolsonaro a apontar um esquema de rachadinha que envolve o chefe do Planalto e os seus filhos.

Segundo Waldyr, a segunda esposa de Bolsonaro, a advogada Ana Cristina Valle, era quem comandava o esquema de apropriação de parte dos salários de funcionários dos gabinetes do marido, então deputado federal, do senador Flávio Bolsonaro e de Carlos Bolsonaro, à época deputado estadual.

A prática já havia sido revelada pelos ex-assessores Fabrício Queiroz e Marcelo Luiz Nogueira Santos, e da irmã de Ana Cristina, Andréa Valle, em áudios revelados pelo UOL.

Após entrevista à revista Veja, Waldyr foi pressionado publicamente pelo presidente, que pediu explicações, e então negou ter presenciado qualquer crime e que a família Bolsonaro não sabia do esquema liderado por Ana Cristina.

Mesmo tentando isentar a família, a revelação incomodou Flávio, que rebateu a matéria publicada pela Veja e gravou um vídeo pouco antes de ir para o velório da avó, mãe de Jair Bolsonaro. Na gravação, ele lê uma nota supostamente escrita por "Jacaré", em que diz que suas declarações foram deturpadas pelo veículo de comunicação.

Segundo Veja, Jacaré descreveu o suposto esquema que Ana operaria. Com poder para fazer uma cota de contratações dos gabinetes, nessa versão ela recolhia documentos de algumas pessoas, abria contas bancárias e lhes dava uma pequena parte do salário, ficando com o restante. Muitas vezes, os assessores seriam fantasmas. Bolsonaro, segundo essa narrativa, de nada saberia.

Só teria descoberto, de acordo com Waldyr, quando o Estadão revelou a investigação já aberta. Waldyr também não participaria do esquema.

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O Ministério Público do Rio, porém, suspeita que o esquema beneficiava os parlamentares. Há um processo sobre o caso, envolvendo Flávio, e uma investigação sobre Carlos.

Por ser presidente da República, Jair Bolsonaro não pode ser investigado por fatos anteriores ao seu mandato. Segundo a reportagem, o presidente teria ficado "desesperado" quando soube do esquema e, segundo Jacaré, teria sido uma espécie de traição.

Após o telefona de Bolsonaro na última quinta-feira, Waldyr participou de uma entrevista ao Estadão/Broadcast e negou conhecer qualquer esquema semelhante nos gabinetes.

"Tudo o que eu disse à jornalista da Veja eu li nos jornais, não é nada que eu tenha visto. Eu vivi lá dentro e nunca vi esses esquemas de rachadinha", afirmou. Segundo ele, o presidente estava irritado ao telefone e disse que ele não deveria ter falado nada.

"Comigo nunca aconteceu (rachadinha) e tenho certeza que nem ele (Bolsonaro) e nem os filhos sabiam de nada. Nem sempre o que acontece nos gabinetes os deputados ou vereadores ficam sabendo", complementou.

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