Política

Tática da SWAT? PF encontra "armadilhas" em celular de Marcos do Val; entenda

Pedro França / Agência Senado
Pessoas ligadas ao senador afirmam que ele enviava mensagens “sem sentido” para “ludibriar” os policiais  |   Bnews - Divulgação Pedro França / Agência Senado
Daniel Serrano

por Daniel Serrano

[email protected]

Publicado em 16/06/2023, às 10h06 - Atualizado às 10h06



Ao analisar as mensagens arquivadas no celular do senador Marcos do Val (Podemos-ES), entregue pelo parlamentar à Polícia Federal (PF) durante depoimento prestado em fevereiro deste ano, os agentes afirmaram que o bolsonarista tinha o habito de enviar mensagens “não solicitadas e sem sentido” a seus contatos.

De acordo com informações do site Metrópoles, fontes ligadas ao caso dizem que essa era uma maneira de Marcos do Val em criar álibis ou montar acusações forçadas. Isso porque ele acreditava que o celular poderia ser apreendido.

Ao que tudo indica, a confusão criada pelo senador tem o propósito de dificultar uma conclusão sobre o real nível de envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no plano golpista revelada pelo próprio Marcos do Val em fevereiro desse ano.

“A análise dos dados poderia tanto levar à conclusão de que Bolsonaro é totalmente culpado ou inocente”, disse uma fonte ciente da investigação da PF.

Em entrevista à revista Veja, Marcos do Val revelou um suposto plano para gravar inconfidências do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, durante uma reunião privada para, em seguida, usar a gravação como argumento para anular as eleições. Na oportunidade, o senador disse que discutiu a estratégia com o próprio Bolsonaro.

Ainda segundo a publicação, as mudanças nas declarações públicas, que contrastavam com as dadas em depoimento à PF logo depois da entrevista a Veja, levaram a PF a acreditar que Marcos do Val estava tentando atrapalhar as investigações de forma consciente.

Com o desenrolar das investigações, a PF reuniu indícios que poderiam prender o senador, por dificultar a apuração do suposto plano golpista. Os policiais chegaram a pedir ao Moraes a prisão ou o afastamento de Marcos do Val, mas o ministro decidiu ordenar apenas a busca e apreensão, cumprido na última quinta-feira (15).

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp