Retrospectiva

Após racismo contra cantor Jau, reveja casos recentes

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Artista sofreu preconceito na noite desta quinta (02), em Salvador  |   Bnews - Divulgação Montagem BNews

Publicado em 03/12/2021, às 10h29   Brenda Viana


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Após a repercussão do caso do cantor Jau, que foi barrado em um restaurante de luxo, no bairro da Barra, em Salvador, na noite desta quinta-feira (02), o BNews traz os casos recentes de racismo que aconteceram na capital baiana e no Brasil. 


Em setembro, uma delegada negra foi impedida de entrar em uma das lojas da Rede Zara, conhecida por ser uma empresa de classe média alta, na cidade de Fortaleza, Ceará. Um segurança não deixou a delegada Ana Paula Barros realizar compras no estabelecimento. Pouco depois, policiais civis entraram na loja para cumprir mandado de busca e apreensão das câmeras de segurança para investigar a ação, que foi considerada como racista, por conta da cor da pele da delegada. 

Dois meses depois, no começo de novembro, prints de mensagens de estudantes de um colégio particular, que fica localizado em um bairro de classe alta da capital baiana, no Itaigara, vieram à tona novos casos de racismo. 

Estudantes do 1º ano da Escola SEB Sartre se comunicavam através de um diálogo de cunho racista e ódio. “Pretos morram”, “pode macacos no ‘gp’?”, “macacos são pouco inteligentes”, “bora voltar pra macacada”, entre outros comentários depreciativos e preconceituosos que os menores realizavam. 

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Na época, a instituição disse, em nota, que não tolerava “forma de discriminação étnica, seja ela realizada no ambiente presencial ou virtual, em nossa vivência e queremos evidenciar que diversos alunos negros e pardos sentiram-se psicologicamente lesados pelos atos”.

Dias depois, um outro colégio privado de Salvador teve seu nome envolvido nas redes sociais por conta de um caso de racismo contra a filha do porteiro da instituição. A vítima, de 14 anos, denunciou o Cândido Portinari, que fica localizado na orla da capital baiana, após ataques que sofreu de um colega do 8º ano.

"Vamos fazer uma vaquinha pra te tirar da favela. Debaixo da ponte já serve", comenta o adolescente. A vítima rebate: "Na favela não tem só coisa ruim, não". O colega, sem intenção de parar a provocação, continua.  "Você não tocou numa arma até então", insinuando que a menina seria o “futuro” da geração.

No dia 26 de novembro, o presidente e fundador do bloco Ilê Aiyê, Vovô do Ilê, aproveitou a entrevista que fez, junto com o apresentador José Eduardo, na Rádio Metrópole, para expor que já perdeu várias oportunidades e patrocínios por conta do racismo escancarado. 

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“Tivemos por um bom tempo o patrocínio da Petrobras, mas ele foi encerrado em 2015 e isso ocorreu por causa de uma funcionária racista, ela perseguia muito o Ilê e insinuou que não estávamos sendo corretos. Eu conversei e expliquei que eles precisam vir à periferia pra entender como as pessoas da comunidade vivem. Tem criança aqui que é filho de pai envolvido com droga, mãe com problemas de alcoolismo e são criados por outros, como avós, tios”, contou.

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