Salvador
Publicado em 25/07/2022, às 11h10 Thiago Conceição
O radialista Cristóvão Rodrigues, um dos principais nomes quando o assunto é o Carnaval de Salvador, reprovou a possibilidade de mudança imediata do Circuito Barra-Ondina para a orla, na Boca do Rio. A posição foi colocada em entrevista ao apresentador José Eduardo, em programa Jornal da Bahia no Ar, que foi realizado na rádio Metropole na manhã desta segunda-feira (25).
“Quem determinou que tinha que acabar o antigo Carnaval nos clubes? Ele terminou pelo movimento de saída da população desses espaços. Na ocasião, o povo queria a Barra. E como chegaram os camarotes na Barra? Eles vingaram pela preocupação da classe média alta de ir para a orla. Enquanto iam para retiros durante o período da folia, em resorts, os filhos mais jovens ficavam aqui. Ninguém deu decreto”, explica Rodrigues.
O radialista ainda revelou não gostar da ideia de mudança pelo fato do povo gostar do “ajuntamento” gerado pelo Circuito Barra-Ondina. No caso da Boca do Rio, em espaço mais amplo, ele teme que a população fique mais dispersa e sem a ‘magia’ que existe de forma cultural na folia. Ele ainda justifica que o circuito atual facilita questões como a segurança.
“Não gosto da ideia. Primeiro que o povo gosta de ajuntamento. Quando você coloca em lugar muito grande, espaça a população. Isso ainda facilita o lanceiro, o crime, o cara rouba e corre para a praia. Na Barra, a praia é pequenininha, o cara fica cercado e vai é se afogar se correr para o mar. O Carnaval não é algo isolado que saiu da cabeça de alguém”, acrescentou o radialista.
Para Cristóvão Rodrigues, não adianta ‘enfiar goela abaixo’ a mudança para a população. Ele chegou a defender a criação de um pré-Carnaval para testar a mudança, mas explica que uma mudança já na próxima edição pode ser ruim. Com relação a folia no Pelourinho e no Centro da capital, ele explica que devem permanecer, mas que não funcionariam como parte de um circuito tradicional como o Barra-Ondina.
“Os blocos de samba fazem sucesso no Campo Grande, na Avenida Sete, na Carlos Gomes. Mas são formados por uma população mais velha, que almeja mais espaço para aproveitar a festa. A população mais nova não quer o Carnaval em um Pelourinho, que já tem um circuito muito bacana com atrações que tocam músicas mais antigas. A garotada vai? Não vai. Fora que tem toda a questão de casarões antigos que precisam de conservação”, concluiu.
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