Salvador
Com a água batendo na altura dos seios, Viviane Cerqueira é uma das moradoras da Avenida Reis que precisaram pôr os pés em água suja para poder cumprir as obrigações do dia a dia. A avenida em questão, localizada no bairro Rio Vermelho, em Salvador, ficou alagada e os vizinhos, ilhados por três dias após a forte chuva que atingiu a capital baiana, além de um problema ainda maior: uma obra que pode ter causado o acúmulo de água.
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O alagamento começou no último domingo (7) e permaneceu até a terça-feira (9). A vizinhança alega que o transtorno foi causado após a derrubada de um prédio, que dará lugar a um condomínio da construtora Moura Dubeux.
"Situação preocupante porque foi uma coisa que nunca aconteceu. Ficamos ilhados por três dias e estamos passando por essa situação desde o dia 1º de abril, devido à demolição da antiga Unifacs (Universidade Salvador) para a construção da Moura Dubeux. A água aqui dentro da avenida entrou e não tinha como escoar. A água não saía", explicou Viviane, moradora do local desde o seu nascimento, há 46 anos, em entrevista ao BNews.
Segundo ela, antes do mês de abril, a última vez em que houve um alagamento no local aconteceu há 16 anos, quando o córrego, que fica na conhecida 'rua do canal', encheu e transbordou. "Mas a proporção que a chuva vai passando, a água vai embora. São 20, 30 minuto. Dessa vez ficamos três dias ilhados aqui", contou.
Os moradores alegaram ter procurado os responsáveis pela Moura Dubeux para a resolução do problema, contudo, a construtora teria pedido para que a Embasa fosse procurada. A empresa, no entanto, declarou se tratar de uma questão da Prefeitura.
Por meio de nota enviada ao BNews, foi relatado que "a Embasa foi ao local e constatou que trata-se de uma rede de drenagem, de escoamento de água de chuva, que é de responsabilidade da Prefeitura".
Viviane ainda contou sobre as dificuldades passadas durante o alagamento. "Tem idosos aqui, tem cadeirante, minha mãe é uma pessoa infartada que necessitava ir para o médico, tive que cancelar a consulta duas vezes, uma consulta que eu levei mais de dois meses para conseguir. Meu filho ficou sem ir para a escola, eu saí dentro da água para comprar alimentos porque não tinha mais na minha casa", relatou.
Também entrevistada pelo BNews, a moradora Maria Elza, de 61 anos, também sofreu com a água que transformou a Avenida Reis em um 'rio'. "Você entra dentro de casa, a pia está com mau cheiro, na segunda-feira, na terça, sem poder fazer comida. Onde que eu vou fazer comida? Porque a gente está sem poder fazer. Eu tinha feito comida no sábado à noite", desabafou.
Em nota, a Moura Dubeux informou que "antes mesmo de iniciar suas obras, segue todas as normas que são essenciais para garantir a segurança dos trabalhadores e do público envolvido, além de minimizar os impactos ambientais, assegurando a correta execução das atividades".
"Com as chuvas que têm caído na capital baiana, a empresa não vê relação do alagamento da rua Reis com a demolição do imóvel", finalizou.
O BNews também entrou em contato com a prefeitura para informações sobre o ocorrido, mas até a publicação da matéria não obtivemos retorno.
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