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BNews 10 anos: Confira os fatos que marcaram a editoria de Saúde na última década

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Entre os principais assuntos estão o fechamento do Hospital Espanhol e os primeiros casos de Chikungunya na Bahia   |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 25/09/2020, às 07h00   Samuel Barbosa


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Em 2020 o BNews completa dez anos de existência. Durante todo esse tempo, o jornalismo do site que mais cresce na Bahia pode acompanhar fatos marcantes relacionados à saúde dos baianos e brasileiros. 

Brasil bate recorde em doação de órgãos

Em 2010 o Brasil bateu um recorde de doações de órgãos. Segundo o Ministério da Saúde, o número de doadores cresceu 14% em apenas um ano, subindo de 1.658 para 1.896. O aumento mais expressivo ocorreu nas cirurgias para transplantes dos chamados órgãos sólidos (coração, fígado, pulmão, rins e pâncreas), com elevação de 7%. Já o transplantes de medula óssea registrou um aumento de 10% no período: de 1.531 para 1.695.

Falta de marcapassos para cardíacos no SUS

Um problema grave enfrentado por pacientes com doença cardíaca veio à tona em 2011: a falta de marcapassos na Bahia. Na época o BNews mostrou que apenas o Hospital Ana Nery, localizado no bairro da Caixa D’Água, em Salvador,  era autorizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar procedimentos de implante do aparelho. 
Em maio daquele ano, cerca de 30 pacientes estavam na lista de esperando Instituto do Coração da Bahia. O aparelho na época custava cerca de R$ 46 mil para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Bahia é o segundo estado com o maior número de mortes por câncer de pulmão

Em 2012 um dado alarmante chamou atenção dos baianos. Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontou que a Bahia foi o segundo estado do Nordeste com maior quantidade de óbitos por câncer de pulmão, geralmente provocado por uso de cigarros. 

Segundo o Inca, de 2000 a 2010 foi registrado um aumento de 98% nos casos de mortes por câncer de traqueia, brônquios e pulmões no Estado, que passaram de 390 para 774.

Surto de dengue na Bahia

No início de 2013 a Bahia vivia um surto de dengue nas cidades de Jequié, Guanambi e Teixeira de Freitas. Informações da Secretária de Saúde do Estado (Sesab) davam conta de que o número de ocorrências superava a média histórica dos últimos dez anos. 

Causada por um arbovírus, a doença febril é transmitida por picadas de mosquitos Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar. Entre os principais sintomas estão febre alta, dores no corpo e olhos, falta de apetite e manchas vermelhas pelo corpo.

Fechamento do Hospital Espanhol e os primeiros casos de Chikungunya no Estado

O Hospital Espanhol, localizado na Barra, em Salvador, não resistiu à crise financeira e encerrou as atividades em setembro de 2014. As tentativas de negociação no intuito de resolver a crise não surtiram efeito e os 270 leitos foram fechados. Por meio de nota, a Sesab disse que participou do processo de negociação, mas questões no ambiente institucional e administrativo foram determinantes para que a história não tivesse outro fim. A Sesab ainda lamentou o desfecho do caso.   

Em abril deste ano a unidade foi reaberta para atender exclusivamente pacientes com Covid-19. Com 140 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 80 leitos de enfermaria, os pacientes que testaram positivo para o coronavírus puderam ser tratados de forma precoce. 

Também em 2014 os primeiros casos de Chikungunya foram confirmados na Bahia. Proveniente da África, de alguns países da Ásia e da Europa, a nova febre viral teve cinco casos identificados na cidade de Feira de Santana após suspeitas com 16 pessoas. Os casos confirmados passaram por tratamento para cura. Em Salvador nenhum caso foi confirmado naquele ano. 

Pesquisadores descobrem vírus causador de doença misteriosa

Em 2015 pesquisadores do Instituto de Ciências da Saúde da UFBA descobriram o causador de uma doença que estava preocupando a população: O Zika Vírus. Com sintomas semelhantes aos da dengue, o vírus foi descoberto por Gúbio Soares e Silvia Sardi, em amostras de sangue de pacientes de Camaçari, na região metropolitana de Salvador.
Os pesquisadores perceberam que o vírus causava um quadro muito parecido com o da dengue, em que o paciente tinha febre, diarreia, dores e manchas no corpo. Além desses sintomas, o paciente também podia apresentar sinais de conjuntivite. 

No mesmo ano outra doença também assustou os baianos: a Guillain-Barré, doença em que o sistema imunológico ataca os nervos que conectam o cérebro com outras partes do corpo. Entre os principais sintomas estão a fraqueza e formigamento nos pés e pernas, que aos poucos vão se espalhando para a membros superiores, podendo ocasionar até mesmo paralisia.

Mortos por H1N1 no Brasil chegaram a 1.121

Em 2016, 1.121 pessoas morrem no Brasil em decorrência do vírus H1N1. De acordo com o Ministério da Saúde, na época, foram notificados 5.871 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por influenza H1N1. Naquele ano a Bahia ocupava o décimo lugar da lista com 24 mortes registradas. O primeiro lugar era ocupado pelo estado de São Paulo, com 475 mortes.

Bahia como 3º estado que menos investe em saúde, apenas R$ 2,13 ao dia por habitante

Um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) mostrou que em 2018 a Bahia era o terceiro estado que menos investe em saúde. Segundo a instituição, o valor per capita destinado pelos três níveis de gestão (federal, estadual e municipal) para cobrir as despesas com saúde dos mais de 15 milhões de brasileiros que vivem no Estado é de R$ 2,13 ao dia. Na época a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) contestou os números.

O cálculo foi feito a partir de dados oficiais, de 2017, e apontou que o gasto por habitante com saúde no Estado foi de R$ 777,80, o que coloca a Bahia em 24º lugar no ranking nacional. As informações levantadas pelo CFM consideraram as despesas em Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) declaradas no Sistema de Informações sobre os Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), do Ministério da Saúde.

Mais de 40 mil casos de dengue na Bahia; Feira registra maior número de mortes

Segundo a Sesab, mais de 40 mil casos de dengue foram notificados em 345 cidades baianas nos seis primeiros meses de 2019. Na época, os municípios com mais casos da dengue foram Correntina, no oeste, com 1.015 casos, e Coração de Maria, com 830 registros. 

No período houve 38 notificações de mortes suspeitas. Desse total, 20 casos foram confirmados através de exames laboratoriais. Feira de Santana, a cerca de 110 Km de Salvador, teve oito casos. Em Salvador, uma criança de 7 anos morreu em decorrência do tipo mais grave da doença, a dengue hemorrágica, após ficar três dias internada no Hospital Martagão Gesteira.

Primeiro caso do novo coronavírus é confirmado no Brasil

O primeiro caso confirmado de Covid-19 no Brasil foi registrado no dia 26 de fevereiro. O paciente de 61 anos deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, no dia 25 de fevereiro, com histórico de viagem para Itália, região da Lombardia. A partir daí os casos se alastraram por todo o Brasil de forma surpreendente. 

Em Salvador, escolas, bares, restaurantes, shoppings centers e praias foram fechadas por meio de decretos municipais. Na época a cidade tinha apenas quatro casos da doença confirmados. 

O governador do Estado, Rui Costa, anunciou uma série de medidas para conter o avanço do novo coronavírus. Entre as principais ações estavam a suspensão das aulas na rede estadual, e a suspensão de transportes intermunicipais.  
Em Salvador 77% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) chegaram a ser ocupados. Atualmente a cidade está na terceira fase de retomada das atividades econômicas. 

Na Bahia, até a publicação desta matéria, 301.248 casos foram confirmados desde o início da pandemia. Segundo a Sesab 287.486 já são considerados curados e 7.307 encontram-se ativos. Todos os 417 municípios tiveram casos da Covid-19 confirmados. 


Classificação Indicativa: Livre

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