Coronavírus

Rui estima que Brasil ganharia 10 milhões de doses com a aprovação da Sputnik V

Dinaldo Silva/BNews
Declaração foi dada nesta quinta-feira  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 21/01/2021, às 19h15   Luiz Felipe Fernandez e Marcio Smith


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O governador Rui Costa (PT) voltou a criticar a demora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em conceder a liberação para o uso emergencial da vacina russa Sputnik V, principal aposta do governador e que a Bahia possui um acordo para preferência de compra. Em declaração dada nesta quinta-feira (21), durante a posse do novo comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA), o petista lamentou a má vontade da Anvisa e projetou que o país ganharia 10 milhões de doses com a aprovação da vacina russa.

A não liberação emergencial fez com que a Bahia impetrasse uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) cobrando que o estado possa importar e distribuir a vacina, desde que já estejam "registradas perante uma Agência Reguladora Regional de Referência". O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator da ação, determinou, nesta quarta-feira (20), que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem até 72 horas para informar o estágio de aprovação do imunizante.

"Eu espero que a Anvisa possa analisar a Sputnik V e diga se é boa ou não, se é segura ou não. A Hungria já utilizou, hoje eu vi as fotos do presidente da Argentina [...] eu falei com o embaixador argentino, eles receberam mais 4 milhões de doses da Sputnik [...] Eu não consigo entender, o Brasil tem a condição de ter mais 10 milhões de doses de vacina, num curto período, e está com burocracia e má vontade. Nós não queremos resolver só os problemas do baiano, isso tem que ser resolvido para o país", afirmou Rui.

Além da Argentina, a Sputnik V já está sendo aplicada em países como Rússia e Paraguai, e teve sua utilização aprovada nesta quinta na Hungria.

Esta não foi a primeira vez que o petista teceu críticas à postura da Anvisa, Rui já acusou o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de aparelhamento do órgão e questionou o método utilizado para liberação das vacinas no país. "Não tem o menor cabimento condicionar a liberação aos estudos realizados no país", declarou.

Nesta terça-feira (19), o gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, disse que a agência está preparada para receber a documentação da União Química, responsável pela produção do imunizante no país. A agência se reunirá nesta quinta com os dirigentes da empresa e autoridades russas, e receberá novos documentos. O diretor de negócios da empresa, Rogério Rosso, diz que a liberação será fundamental para a empresa iniciar a produção de até 8 milhões de doses no primeiro semestre.

Durante o começo da vacinação em Salvador, Rui destacou a alta taxa de eficácia do imunizante russo, acima de 90%, e ressaltou que espera que a Justiça acelere a autorização para uso emergencial. "O ideal é usar várias vacinas", complementou  o governador.

O governador ressaltou que o Brasil era exemplo mundial no quesito de vacinação e que o país pode fazer um bom trabalho nesta área por conta do sistema público de saúde. "Nós conseguimos colocar a vacina [referindo-se a CoronaVac] nos 417 municípios em 12 horas, o que mostra a capilaridade do SUS, o sistema organizado e com infraestrutura", exemplificou.

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