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Moradores de rua descartam ideia de abrigos por causa de cachorros: "único amigo"

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Cães não podem entrar em centros de acolhimento e pessoas em situação de rua descartam ideia  |   Bnews - Divulgação Foto Ilustrativa/Pixabay

Publicado em 28/05/2022, às 13h14   Redação BNews


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Alguns moradores em situação de rua têm recusado a ideia de ir para os centros de acolhimento oferecidos pela prefeitura, pois não conseguem entrar nesses locais com seus cachorros de estimação. Sendo muitas vezes os únicos companheiros dessas pessoas, os doguinhos são valorizados pelos seus donos, que já deixaram claro que não podem largá-los desamparados

A prefeitura de São Paulo contou que há 117 serviços de acolhimento na cidade para população em situação de rua, porém apenas nove deles contam com espaços para animais de estimação. Com o frio intenso, a operação emergencial pode elevar esse número para dez. Contudo, os animais ficam em canis do lado de fora do abrigo, o que, de acordo com alguns moradores em situação de rua, não protege os cães.

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Há dois anos, Laudisnei de Sousa, de 41 anos, começou a morar nas ruas, mas foi apenas no último ano que ele conheceu seu doguinho Scooby, o que fez com que tudo mudasse para ele. Antes, Laudisnei optava por dormir em abrigos quando sentia muito frio, contudo, ao conhecer o cachorro, passou a não frequentar mais os lugares, pois lá não o deixavam entrar com o cachorro. "Não vou abandonar meu único amigo da rua", contou. 

O homem ainda deixou claro que não conseguiria abandonar o animal, mesmo com alterações climáticas. "Faça chuva ou faça sol, quem está comigo é o Scooby, não dá para abandonar desse jeito". Para Laudisnei, a prefeitura não dá a atenção devida para as pessoas que se encontram nessa situação. "Não trata a gente como ser humano", disse ele, que afirmou que as autoridades locais deveriam disponibilizar moradia para quem mora nas ruas.  

No dia 18 de maio, o padre Julio Renato Lancelloti usou suas redes sociais para compartilhar parte do documento que os moradores de rua precisam assinar caso recusem o serviço de acolhimento da prefeitura. Na declaração, o governo municipal incluiu três possíveis motivos "distância da vaga", "impossibilidade de levar animal de estimação" e "outro". O padre, na legenda, escreveu: "Termo de recusa que a prefeitura obriga os irmãos em situação de rua assinarem para se eximirem da inadequação do atendimento". 

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social assegurou que dará início a um "serviço de transporte de cães para moradores em situação de rua", contudo não deu mais detalhes sobre o projeto, afirmando que em breve novas informações serão divulgadas. De acordo com a pasta, "apenas 1,5% das recusas de acolhimento estão relacionadas à proibição da ida do animal para o centro de acolhida". O padre, porém, informou que a pesquisa é "feita de uma maneira que os dados ficam comprometidos".

* Com informações da UOL. 

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