Justiça

André Mendonça interrompe julgamento sobre deputado bolsonarista no STF

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Votação vai rever decisão de ministro que restituiu mandato do deputado bolsonarista  |   Bnews - Divulgação Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 07/06/2022, às 07h28 - Atualizado às 07h29   José Marques / Folhapress


FacebookTwitterWhatsApp

A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou nesta terça-feira (7) para rever a decisão do ministro Kassio Nunes Marques que restituiu o mandato do deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR), apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O julgamento da ação pelos 11 integrantes do Supremo, porém, foi interrompido por um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro André Mendonça, apresentado também na madrugada desta terça.

Cármen Lúcia é a relatora do processo no Supremo que contesta a decisão de Kassio, apresentada por Pedro Paulo Bazana (PSD). Ele foi eleito como suplente da Assembleia Legislativa do Paraná e assumiu o mandato após Francischini ter sido cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Com a medida de Mendonça, a decisão de Kassio tem previsão de ser analisada na tarde desta terça somente pelos cinco ministros que compõem a Segunda Turma do STF. O caso foi pautado pelo próprio Kassio, que é presidente da turma, para a sessão que se inicia às 14h.

Deputado bolsonarista, Fernando Francischini teve mandato cassado
Fernando Francischini (União Brasil-PR) já tem planos para disputar as eleições deste ano | Foto: Sandro Nascimento/Alep

Em vez de ser julgada a ação relatada por Cármen Lúcia, a turma fará o chamado referendo da decisão do ministro —decidirá se a mantém ou não.

Leia também:

Caso a turma conclua o julgamento desse referendo, a ação que começou a ser votada no plenário virtual pode perder objeto e não ter mais validade. No entanto, na Segunda Turma ainda pode haver outro pedido de vista ou de destaque (para análise no plenário, por todos os ministros).

O julgamento no plenário virtual estava marcado para acontecer da meia-noite até as 23h59 desta terça. Foi pautado pelo presidente da corte, Luiz Fux, a pedido de Cármen Lúcia.

Votaram, no entanto, apenas a própria relatora e o ministro Edson Fachin, que concordou com o voto dela. Em seguida, Mendonça pediu vista. Ele, assim como Kassio, foi indicado para a corte por Bolsonaro e tem dado decisões em linha com posições do governo.

A defesa de Bazana pleiteava a suspensão da decisão apresentada por Kassio em 2 de junho; e também que seja declarado que o ministro não é o responsável por julgar o caso de Francischini.

Francischini foi cassado em outubro pelo TSE devido à publicação de um vídeo, no dia das eleições de 2018, no qual o parlamentar afirma que as urnas eletrônicas foram fraudadas para impedir a votação em Bolsonaro.

A decisão liminar (provisória) de Kassio teve um efeito simbólico porque mexeu não só com as eleições como também com a crise permanente de tensão entre Bolsonaro e o Poder Judiciário.

O magistrado foi o primeiro indicado ao STF por Bolsonaro e tem votado a favor de causas do presidente em diferentes julgamentos, mesmo que de forma isolada.

Em sua live semanal na semana passada, o chefe do Executivo defendeu a decisão de Kassio, disse que a ordem do TSE havia sido "inacreditável" e voltou a atacar a corte e a espalhar teorias da conspiração sem provas contra o sistema eletrônico de votação e sobre o último pleito presidencial.

Siga o BNews no Google Notícias e receba as principais notícias do dia em primeira mão.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp