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MP de São Paulo investiga Monark e responsáveis pelo Flow Podcast nas esferas civil e criminal

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Se condenados por apologia ao nazismo e descriminação aos judeus podem pagar indenização e até serem presos  |   Bnews - Divulgação divulgação

Publicado em 10/02/2022, às 11h32 - Atualizado às 13h01   Redação BNews


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O Ministério Público (MP) de São Paulo está apurando o caso envolvendo o influencer Bruno Aiub, conhecido como Monark, e os responsáveis pelo canal de entrevistas na internet, Flow Podcast, suspeitos de fazerem apologia ao nazismo e discriminação contra judeus durante o programa ao vivo da última segunda-feira (7).

De acordo com a apuração do portal G1, se condenados pela justiça,  eles podem ter que pagar indenizações e até serem presos. As investigações correm em esfera civil e criminal.

Na esfera cível, a Promotoria de Direitos Humanos está investigando se Monark e o Flow Podcast usaram a internet para fazer apologia ao nazismo e disseminar ataques de ódio ou discriminação à comunidade judaica. Em caso positivo, o Ministério público irá pedir que eles paguem uma indenização, ainda a ser estipulada. Não caberia prisão nesse caso.

No entendimento dos promotores, há indícios de que o influencer e o programa cometeram dano social e dano moral coletivo ao ofenderam todas as vítimas do Holocausto, que foi o genocídio de 6 milhões de judeus pela Alemanha do governante Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. Numa eventual condenação, os investigados teriam de pagar valores em dinheiro para um fundo que trataria sobre como combater discursos de ódio.

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Já no âmbito criminal,  a matéria do G1 apurou que a Promotoria Criminal e a Polícia Civil vão investigar se durante o programa eles usaram a web para defender o nazismo e discriminar judeus. E caso sejam condenados na Justiça, eles podem receber pena de até 5 anos de prisão ou pagar multa.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a investigação criminal será feita pelo 78º Distrito Policial (DP), nos Jardins.

Sobre as investigações

Durante o podcast da última segunda-feira, que ainda teve a presença dos deputados federais Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP), Monark e os responsáveis pelo Flow Podcast afirmaram que deveria haver um "partido nazista reconhecido pela lei". O influencer falou ainda que "se um cara quisesse ser antijudeu, eu acho que ele tinha o direito de ser".  Por conta dessas declarações ao vivo, eles serão chamados pelas duas promotorias e pela Polícia Civil para se explicarem. Monark também defendeu a legalidade de um partido nazista: “Eu acho que o nazista, tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei”. 

O Ministério Público Federal (MPF), em Brasília, também investiga Monark por apologia ao nazismo após determinação do procurador-geral Augusto Aras. Além do influencer, a Procuradoria apura se o deputado federal, Kim, cometeu o mesmo crime por entender que ele fez declarações de cunho neonazista ao responder a Tabata que a Alemanha não deveria ter criminalizado o nazismo:

Tabata: “Kim, você acha que é errado a Alemanha ter criminalizado o nazismo?”
Kim: “acho!”

As duas promotorias do Ministério Público em São Paulo vão apurar somente a participação de Monark e o Flow Poadcast no caso de apologia do nazismo já que Kim tem foro privilegiado por ser parlamentar.

Ainda na capital paulista, o Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Inteligência (Gecradi) do Ministério Público abriu nesta quarta-feira (9) investigação criminal contra o comentarista Adrilles Jorge por fazer um gesto apontado como saudação nazista durante sua participação num programa da TV Jovem Pan News, na noite de terça (8).

O gesto ocorreu após debate sobre as declarações de Monark. Adrilles foi demitido pela empresa após o episódio.

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